Polícia investiga criminosos que se passavam por ministros de Lula para pedir Pix
Apuração da PCDF durou seis meses; grupo utilizava imagens e nomes de políticos do governo para solicitar ajuda financeira
Felipe Moraes
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou, nesta 3ª feira (7.nov), a Operação Alto Escalão, mirando criminosos que se passavam por ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para pedir transferências via Pix.
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Após seis meses de investigação, agentes da PCDF, com apoio das polícias civis de Pernambuco e Paraíba, cumpriram sete mandados de busca e apreensão em Recife (PE) e um em João Pessoa (PB).
A apuração começou após ministros procurarem a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte, na área central de Brasília) para denunciar a utilização de nomes e imagens de representantes do governo no cometimento de crimes.
Dez integrantes do grupo foram identificados e podem responder por fraude eletrônica (pena prevista de quatro a oito anos de prisão) e associação criminosa (um a três anos de prisão).
Segundo a investigação da PCDF, os suspeitos clonavam perfis dos ministros em aplicativos de mensagens e usavam imagens e informações coletadas na internet para transmitir autenticidade ao golpe.
"Os autores entravam em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados e solicitavam ajuda. Geralmente, com o pretexto de ajudar terceiras pessoas, os falsos ministros contatavam as vítimas e lhes pediam que realizassem transferências via Pix para alguma pessoa necessitada. Os autores diziam que os ministros não poderiam transferir diretamente, pois não poderiam vincular seu some a tal pessoa e que, depois de feito o pagamento solicitado, eles ressarciriam a vítima", detalha a PCDF em comunicado.
Os investigadores citam caso em que um criminoso, se passando por um ministro, fez contato com o presidente de uma associação comercial do interior de São Paulo. O falso ministro disse que uma pessoa ligada a ele teria morrido e, então, solicitou ajuda para repasse financeiro à família.
O criminoso pediu que a associação fizesse a transferência e prometeu ressarcimento. "Os autores tinham conhecimento da agenda das autoridades públicas pelas quais se passavam, pois tal ministro teria tido um compromisso político naquela mesma região, dias antes, e a associação comercial vítima teria participado do encontro", explica a PCDF.
Depois da operação desta 3ª, a polícia tenta identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades públicas utilizadas nos golpes, bem como quantificar o lucro obtido pelos suspeitos e o destino desse dinheiro.
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