Escritores acusam editora de dar calote e não publicar livros
A empresa recebeu para publicar as obras, mas não teria feito o serviço

Gudryan Neufert
O sonho de publicar um livro virou dor de cabeça para alguns autores. Um grupo de escritores acusa uma editora de calote. A empresa recebeu para publicar as obras, mas não teria feito o serviço.
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Feyide Ajayi Olupona é um historiador nigeriano que vive no Brasil há quase 30 anos. Ele escreveu um livro em inglês sobre a guerra civil na Nigéria. A Denise, que é esposa dele, fez a tradução e pagou uma editora para lançar a obra, mas nunca teve retorno.
"Não me mandaram a revisão, não me mandaram a diagramação, só me mandaram a capa porque eu fazia a minha divulgação nas redes sociais. Eu tenho mais de 70 e-mails pra editora, sempre entrava um funcionário novo que não sabia do que eu estava falando, do que se tratava, e eu tinha que explicar tudo de novo", conta Denise Perissini.
Luís Alfredo Batista Garcia chegou a publicar um livro sobre teoria musical, mas só recebeu os direitos autorais nos primeiros meses. Ele pagou para lançar uma segunda obra, que nunca ficou pronta: "a relação foi muito boa no início. Então a pessoa fica encantada com aquilo, teve live. Só que depois me deram prejuízos incalculáveis, não divulgaram nada do primeiro, não lançaram o segundo, ficaram com meu dinheiro, sumiram do mapa, não deram satisfação".
Tanto Luís Alfredo como Denise estão processando a editora Brazil Publishing, mas a Justiça não consegue localizar a proprietária.
No mercado também tem golpistas que se passam por editores, cobram para publicar o livro, mas não entregam o material prometido e somem com o dinheiro. Só contra uma editora existem mais de 80 processos e inquéritos policiais no país.
A advogada especializada em direito do consumidor, Luciana Faria, afirma que: "é sempre bom o consumidor estar pesquisando em alguns sites de pesquisa, como o Procon, o Reclame Aqui, entrar o site do TJD do estado que está domiciliado aquela editora. Deixar sempre uma parte do pagamento na entrega, porque aí você não corre o risco de pagar por toda a publicação de um volume grande de livros e ficar aí no final sem receber os livros editados".
Outra dica é pedir uma liminar para publicar em outras editoras enquanto a decisão judicial é aguardada. É o que a Denise espera conseguir para o marido, que está indignado. "Pelo menos apareça e pelo menos devolva o meu livro pra mim", diz Feyide.
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