Vacina contra o HPV será aplicada em dose única, diz Ministério da Saúde
Infecção sexualmente transmissível é a mais comum em todo o mundo e principal causadora do câncer de colo de útero
A vacina contra o HPV - Papilomavírus Humano, infecção sexualmente transmissível associada a casos de câncer de colo do útero, será aplicada em dose única. A informação foi confirmada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. O público alvo da campanha de vacinação é a faixa etária de 9 a 14 anos e grupos específicos, definidos pelo Programa Nacional de Imunizações.
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De acordo com a pasta, 5,6 milhões de vacinas foram aplicadas, em 2023. Nísia destaca que a ação faz parte do movimento nacional de vacinação e que a decisão foi baseada em estudos científicos, seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quem pode se vacinar?
- Meninas e meninos de 9 a 14 anos;
- Vítima de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres);
- Aqueles que não foram imunizados previamente;
- Pessoas que vivem com Vírus da imunodeficiência humana (HIV);
- Transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea;
- Pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.
Infecção
O Papilomavírus Humano (HPV) é considerado atualmente a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e o principal causador do câncer de colo de útero.
Estimativa do Ministério da saúde, aponta que cerca de 17 milhões de mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil todos os anos.
O HPV é uma doença que pode ser prevenida. Mesmo assim, é o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta cauda de morte por câncer em mulheres - sobretudo negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.
Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS.
Prevenção
- O Papanicolau é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero;
OBSERVAÇÃO: Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras.
- Uso do preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV;
OBSERVAÇÃO: Contudo, seu uso, apesar de prevenir a maioria das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal).
- Uso de camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual.
Tratamento
- Deve ser individualizado, considerando características (extensão, quantidade e localização) das lesões, disponibilidade de recursos e efeitos adversos;
- São químicos, cirúrgicos e estimuladores da imunidade;
- Podem ser domiciliares (autoaplicados: imiquimode, podofilotoxina) ou ambulatoriais (aplicado no serviço de saúde);
- Podofilina e imiquimode não deve ser usada na gestação.
Testagem
Em março, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um teste para detecção de HPV em mulheres classificado pela própria pasta como inovador.
A forma atual de rastreio do HPV, feita por meio do exame conhecido popularmente como Papanicolau, precisa ser realizada a cada três anos.