Saúde

Testosterona baixa nos homens: saiba os sinais, as causas e como recuperar a vitalidade

Condição comum após os 40 anos, mas subdiagnosticada, prejudica vitalidade, humor, metabolismo e vida sexual

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Testosterona baixa: como identificar e o que fazer? | Freepik

O Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino, conhecido como DAEM, é caracterizado pela queda progressiva da testosterona. Trata-se de um processo natural do envelhecimento, cuja intensidade é fortemente influenciada pelo estilo de vida. Ao contrário da menopausa feminina, que ocorre de forma abrupta, o declínio hormonal masculino é lento e contínuo e pode começar ainda nos 30 anos, tornando-se mais evidente após os 40 e 50. Quando a baixa de testosterona vem acompanhada de sintomas, afeta diretamente a qualidade de vida e muitas vezes é confundida com estresse ou cansaço da rotina.

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O DAEM envolve mudanças físicas, sexuais, metabólicas e emocionais que interferem no bem-estar. Entre os sintomas mais comuns estão queda da libido, menor frequência de ereções espontâneas, cansaço persistente, perda de massa muscular, acúmulo de gordura abdominal, variações de humor, sono fragmentado e dificuldade de concentração. Em muitos casos, o homem demora meses ou anos para procurar ajuda, por acreditar que esses sinais são apenas consequência da idade. A avaliação médica, no entanto, mostra que o distúrbio vai muito além de percepções subjetivas.

Como o distúrbio se desenvolve e como é feito o diagnóstico

A testosterona diminui gradualmente porque os testículos perdem eficiência na produção do hormônio, enquanto substâncias como a SHBG (proteína que se liga à testosterona) aumentam, reduzindo a fração livre - justamente a biologicamente ativa. Além disso, fatores como obesidade, inflamação crônica, sedentarismo, apneia do sono, diabetes mal controlado e consumo excessivo de álcool aceleram esse processo. O diagnóstico não deve se basear apenas em números, mas na combinação de sintomas e exames laboratoriais que avaliam testosterona total, livre, SHBG e marcadores metabólicos. Cada paciente apresenta um padrão diferente de queda hormonal, por isso a avaliação urológica completa é fundamental.

A investigação cuidadosa permite identificar condições associadas e descartar outras causas de fadiga, desânimo ou queda da libido. Em muitos casos, o DAEM está ligado à síndrome metabólica e ao maior risco cardiovascular, o que reforça a importância de uma abordagem integrada. Quando o distúrbio é confirmado, o urologista define a melhor estratégia terapêutica com base na idade, no histórico de saúde e nas necessidades individuais do paciente.

Tratamento e impacto na qualidade de vida

O tratamento do DAEM pode incluir reposição de testosterona em diferentes formas, como gel, injeções ou implantes, sempre conforme indicação médica e após avaliação rigorosa. Além da reposição hormonal, mudanças no estilo de vida são decisivas para o sucesso: perda de peso, exercícios de força, sono de qualidade e controle de doenças como diabetes e hipertensão. Quando bem conduzido, o tratamento melhora a vitalidade, a libido, a composição corporal, o humor e o desempenho cognitivo, devolvendo ao paciente a sensação de energia e equilíbrio.

Estudos indicam que cerca de 30% dos homens acima dos 50 anos apresentam algum grau de deficiência androgênica com repercussões clínicas, mas grande parte permanece sem diagnóstico. Por isso, falar sobre o DAEM, reconhecer seus sinais e buscar acompanhamento especializado são passos essenciais para envelhecer com saúde. A queda hormonal faz parte do curso natural da vida, mas não precisa ser sinônimo de perda de bem-estar. Com avaliação adequada, tratamento individualizado e acompanhamento médico, é possível recuperar vitalidade e qualidade de vida.

* Marcos Tobias Machado é urologista, doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e membro da Brazil Health

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