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Substância parecida com a anfetamina é encontrada em cigarros eletrônicos no Brasil, diz pesquisa

Apesar de serem proibidos no país, consumo de cigarro eletrônico cresceu 31,8% em 2023, segundo o Ipec

Substância parecida com a anfetamina é encontrada em cigarros eletrônicos no Brasil, diz pesquisa
Cigarro eletrônico ainda é proibido no Brasil | Pixabay
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Uma substância parecida com a anfetamina foi encontrada em cigarros eletrônicos no Brasil. A descoberta está em estudo preliminar conduzido pelo Laboratório de Pesquisas Toxicológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em colaboração com a Polícia Científica do estado, que descobriu a presença de octodrina em dez modelos diferentes de cigarros eletrônicos.

+ Como funciona o cigarro eletrônico, que causou colapso no pulmão de jovem de 22 anos

A octodrina é estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC) com efeitos semelhantes aos da anfetamina, além de possuir um potencial semelhante de dependência e riscos cardiovasculares. No entanto, a substância não está listada nos rótulos dos dispositivos, deixando os usuários desinformados sobre o que estão consumindo, segundo a UFSC.

+ Apesar de proibição da Anvisa, Comissão do Senado vota regulamentação do cigarro eletrônico

Camila Marchioni, coordenadora do estudo e professora do Departamento de Patologia da UFSC, ressalta que a proibição não impede que o produto fique disponível no mercado.

“O cigarro eletrônico é proibido no Brasil e o que está disponível é ilegal, portanto, sem qualquer controle de qualidade”, ressalta Marchioni.

Não regulamentado no Brasil desde a decisão da diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2022 que aprovou, por unanimidade, um relatório técnico que indicava a necessidade de se manter a proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar.

No entanto, embora o produto seja proibido no país, o uso de cigarros eletrônicos aumentou em cerca de 31,8% no último ano, de acordo com dados da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec). Em 2022, 2,2 milhões de brasileiros utilizavam dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), e esse número saltou para 2,9 milhões em 2023.

Situação exige mais pesquisa e regulamentação, diz perita

Além da octodrina, flavorizantes, propilenoglicol, glicerina e nicotina foram detectados nos produtos. A pesquisa também indica que o aquecimento desses ingredientes pode gerar substâncias adicionais nocivas. Mais de 2 mil compostos tóxicos foram identificados, incluindo tanto compostos orgânicos quanto inorgânicos, como metais.

Para Maria Luiza Cordioli, perita criminal, a situação exige mais pesquisa e regulamentação. “Estamos trabalhando para expandir esses estudos em colaboração com a Univille e a UFSC”, afirma.

Fora o debate no âmbito da Anvisa, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, de autoria da senadora Soraya Thronicke, que permite a produção, importação, exportação e o consumo dos cigarros eletrônicos no Brasil.

Cerca de 83 países permitem a venda de cigarros eletrônicos, com prévia regulamentação da distribuição e composição dos dispositivos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que é preciso tratar esses produtos da mesma forma que o cigarro normal, com adoção de medidas de controle e proibição dos dispositivos que tenham sabor.

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