Relatório da ONU alerta para risco de retrocesso no combate global à aids
Cortes de financiamento podem levar a 6 milhões de novas infecções e 4 milhões de mortes até 2029, alerta estudo

Beto Lima
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) traz um alerta sobre o risco de cortes de verba colocarem em perigo a vida de milhões de pessoas. O documento prevê que, se as ações de prevenção não forem reforçadas, mais 6 milhões de novas infecções por HIV e 4 milhões de mortes relacionadas à aids podem ocorrer até 2029.
O novo relatório, intitulado “Aids, crise e o poder de transformar", destaca que a resposta global ao HIV e à aids é considerada uma das intervenções de saúde pública mais bem-sucedidas da história. Desde 2010, programas de combate à doença contribuíram para uma redução de 40% no número de novos casos. Além disso, 4,4 milhões de crianças foram protegidas da transmissão vertical, que ocorre da mãe para o bebê. O número total de casos de HIV no mundo caiu 60% desde 1995.
Situação atual da epidemia global
Conforme o Unaids, em 2023:
- 39,9 milhões de pessoas viviam com HIV;
- 630 mil pessoas morreram devido a doenças associadas à aids;
- 1,3 milhão de novas infecções foram notificadas;
- 30,7 milhões de pessoas estavam recebendo medicamentos antirretrovirais;
- O número total de mortes desde o início da epidemia alcançou 42,3 milhões.
O estudo também ressalta as estratégias que alguns países estão adotando para compensar as lacunas de financiamento e manter a resposta à doença. Muitas dessas iniciativas ocorrem em nações onde a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e os serviços são financiados integralmente pelos próprios governos, como é o caso do Brasil.