Qual é a causa do surto de diarreia aguda em Goiás? Ele pode se espalhar pelo país? Entenda
Já foram registrados mais de 160 mil casos isolados de diarreia em todo o estado até o momento em 2024; veja sintomas e como prevenir
O estado de Goiás está passando por um surto de Doença Diarreica Aguda (DDA). A Secretaria de Saúde goiana informou que 74 municípios goianos enfrentam surtos ativos da doença, com 12.205 casos confirmados. O principal agente causador é o rotavírus, segundo a pasta.
+ Tive contato com água suja. Quais são os riscos para a saúde? O que fazer?
Além disso, em 2024, até o momento, já foram registrados mais de 160 mil casos isolados de diarreia em todo o estado.
+ Brasil conseguiu reduzir número de crianças sem vacina de pólio, afirma UNICEF
A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim ressaltou que o retorno às aulas contribui para essa elevação de casos.
"Muitas vezes a criança ou adolescente e até mesmo adulto vai ao banheiro, não higieniza muito bem as mãos e encosta em outro alimento ou compartilha copo", disse.
Como é a transmissão do rotavírus?
O rotavírus é um dos causadores das doenças diarreicas agudas (DDA), que podem ser provocadas por diversos microrganismos infecciosos, incluindo bactérias, vírus e parasitas como protozoários, que causam gastroenterite, uma inflamação do trato gastrointestinal que afeta tanto o estômago quanto o intestino.
Segundo o Ministério da Saúde, no caso do rotavírus, também conhecido como rotavirose, é transmitido pela via fecal-oral, o que inclui o contato direto entre pessoas, a ingestão de água e alimentos contaminados, o contato com objetos infectados e, em alguns casos, a propagação aérea por aerossóis.
Há riscos do surto se espalhar pelo país?
Ainda que pequeno, há risco, sim, já que as pessoas circulam entre os estados, segundo o infectologista Marcelo Neubauer. Para o especialista, a maior circulação do vírus em Goiás pode ser explicada por falha da cobertura vacinal.
A vacina que previne contra o rotavírus humano está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a VRH/VORH. Sua aplicação consiste em uma gotinha na boca dos bebês, a partir da sexta semana de vida.
Segundo o Ministério da Saúde, outras formas de prevenir a doença são:
- Higiene das mãos: Lave as mãos sempre antes e depois de usar o banheiro, trocar fraldas, manipular ou preparar alimentos, amamentar e tocar em animais;
- Limpeza de superfícies: Lave e desinfete superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
- Proteção dos alimentos: Mantenha os alimentos e as áreas da cozinha protegidos contra insetos, animais de estimação e outros animais, armazenando os alimentos em recipientes fechados;
- Armazenamento de água: Guarde a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita para evitar ser recontaminado;
- Uso de água segura: Evite utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados;
- Descarte de lixo: Ensacar o lixo e manter a tampa sempre fechada. Se não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado;
- Eliminação segura de fezes: Use sempre a privada; se não for possível, enterre as fezes longe de cursos de água;
- Aleitamento materno: Mantenha o aleitamento materno, pois ele aumenta a resistência das crianças contra diarreias e evita o desmame precoce;
Sintomas, diagnóstico e tratamento
Os sinais e sintomas da doença, principalmente entre crianças de seis meses aos dois anos, são diarreia, vômito e febre alta. No caso da diarreia aguda, é caracterizada por, no mínimo, três episódios de diarreia aguda no período de 24hrs e vir acompanhada de cólicas e dores abdominais e sangue ou muco nas fezes.
O diagnóstico de rotavírus é feito a partir da coleta de amostras de fezes frescas (in natura), em uma quantidade aproximada de 5 a 10 ml, que são analisadas em laboratórios posteriormente.
Uma vez diagnosticado com o vírus, o paciente deve ser tratado por meio da reposição de líquidos e minerais, seja por via oral ou intravenosa (soro na veia), para reduzir a desidratação do corpo.