Ex-secretária de Bem-Estar Animal de Canoas é investigada por "matança" de cães resgatados
Segundo a polícia, a servidora é suspeita de fazer eutanásia em cães resgatados após usá-los na internet para receber doações via PIX
Giovanna Colossi
Matheus Valêncio
Uma operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrada nesta quinta-feira (4) apura um suposto esquema de abate irregular de cães na Secretaria de Bem-Estar Animal de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A principal investigada é a ex-secretária da pasta, Paula Lopes (PL).
A ação contou com o apoio do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e cumpriu seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados à ex-secretária da pasta e a locais vinculados à administração do órgão.
Segundo a investigação, Paula estaria resgatando cães, utilizando os animais para pedir doações via PIX na internet e, posteriormente, realizando a eutanásia.
Segundo a delegada Luciane Bertolletti, titular da 3ª Delegacia de Polícia do município, as primeiras informações indicavam que o número de eutanásias no canil da secretaria superava em muito o padrão aceitável. "Segundo os denunciantes, ocorria ali uma matança desmedida de cães, com a anuência da então secretária", afirmou.
As suspeitas apontam que os animais eram mortos com injeções letais, prática supostamente autorizada para reduzir custos. Denúncias relataram ainda que caminhonetes retiravam semanalmente os corpos dos cães para descarte sem registro ou documentação.
Segundo a delegada, um dossiê foi entregue à polícia com fotos e descrições de cães desaparecidos após terem sido recolhidos das ruas ou entregues por famílias em situação de vulnerabilidade.
Durante a operação, foram recolhidos documentos, computadores e registros de entrada e saída de animais, além de informações sobre microchips. Cães e gatos ainda abrigados na secretaria foram catalogados individualmente.
A ex-secretária, exonerada em 18 de agosto, afirmou já ter prestado esclarecimentos em outras oportunidades e disse estar tranquila com a investigação.
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Em nota, a Prefeitura de Canoas se disse revoltada com o caso e garantiu que vai colaborar com a investigação e informou ter aberto um expediente interno para apurar os fatos.r os fatos.
