Preta Gil passa por cirurgia após descobrir cálculos renais e obstrução de cateter
Cantora de 50 anos, que está em tratamento contra uma recidiva de câncer, foi internada, mas disse que passa bem
Preta Gil passou por uma nova cirurgia nesta sexta-feira (8) para a substituição do cateter utilizado no tratamento de quimioterapia, que foi obstruído após um entupimento causado por cálculos renais.
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“Ontem, senti dores na pelve e na lateral direita da barriga, fiz exames e descobri que estava com cálculos renais, o que ocasionou a obstrução do meu cateter. Hoje, precisei passar por uma cirurgia para fazer a troca do meu Duplo J”, relatou.
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A cantora, que tem 50 anos, informou que o procedimento irá interromper a quimioterapia temporariamente, mas não vai afetar o tratamento.
Câncer de Preta Gil
Preta Gil enfrenta uma recidiva (retorno) do câncer (saiba mais abaixo). Segundo ela, o tratamento foi retomado em meados de agosto deste ano.
A artista de 50 anos foi diagnosticada com adenocarcinoma, um tipo de tumor maligno no reto no início do ano passado, quando deu início ao tratamento. Na ocasião, ela recebeu o diagnóstico após sofrer episódios de sangramento, vômito e desmaio.
Por que o câncer pode voltar?
O termo recidiva é usado pela literatura médica para definir o retorno de uma doença. No caso do câncer, ainda que em um primeiro momento ocorra a remissão completa, ele pode retornar quando pequenas áreas tumorais ficam no corpo, as "micro metástases", que não são detectáveis em exames de imagem, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
"Mesmo com o tratamento que tinha intenção de curar o câncer, ele pode voltar", ressalta Clarissa Baldotto, oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores do Sistema Nervoso Central da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
De acordo com a SBCO, o retorno da doença pode acontecer no mesmo local onde foi diagnosticado inicialmente (recidiva local) ou em outras regiões do corpo, podendo ser uma área próxima a do diagnóstico inicial (regional) ou em outra parte do corpo, geralmente distante de onde ocorreu pela primeira vez (metastática distante ou à distância).
Por exemplo, seria o caso de um paciente inicialmente com câncer de mama, mas que na recidiva desenvolve a doença nos ossos.
Geralmente, segundo Clarissa, a recidiva é detectada em consultas de retorno, que devem ser realizadas de três em três meses no início, depois o tempo vai aumentando. Nessas consultas, os médicos costumam indicar exames como tomografia e pet-scan.
É possível prever se o câncer irá voltar?
Não há uma maneira precisa de prever a probabilidade de recidiva de um câncer. No entanto, ao analisar "a biologia da doença", segundo a oncologista, ou seja, como é a célula que causou o câncer, além do tamanho do tumor, o crescimento acelerado do câncer e se ele se disseminou para outras regiões, é possível definir a necessidade de um tratamento para diminuir o risco da recidiva: tratamento adjuvante e o neoadjuvante.
Em geral, de acordo com a especialista, a recidiva acontece nos dois primeiros anos após a remissão completa, mas pode retornar até mesmo depois de cinco anos em casos mais raros.
O tratamento muda na recidiva?
Os protocolos de tratamento são muito variados, já que depende de qual é o tipo de recidiva e o tempo que ela levou para acontecer. Mas, em geral, segundo a especialista, é indicado tratamentos que envolvam o corpo inteiro: quimioterapia, imunoterapia, terapia-alvo e hormonioterapia.
Além disso, pode ser que as células da recidiva tenham resistência aos medicamentos usados na primeira vez. Neste caso, será preciso mudar de estratégia de abordagem.