Prefeitura de São Paulo decide fechar Hospital Bela Vista e transfere pacientes
Inaugurado na pandemia, hospital foi interditado pela Vigilância Sanitária por "irregularidades"; unidade é alvo de investigação do Ministério Público
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo está transferindo os últimos pacientes internados no Hospital Bela Vista, na região central da capital, para outros hospitais municipais.
A Prefeitura de São Paulo decidiu fechar o hospital que havia sido interditado pela Vigilância Sanitária após uma inspeção do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Novas internações foram proibidas e a transferência dos pacientes foi determinada pela Vigilância.
Problemas estruturais e "irregularidades" motivaram a determinação. Um inquérito civil sobre as condições do local está em andamento na promotoria de Justiça do Direitos Humanos da Capital. Nem a Secretaria, nem o Cremesp, detalharam os problemas encontrados.
"O Cremesp informa que, durante fiscalização, foram constatadas irregularidades no hospital. Na ocasião, a Vigilância Sanitária Estadual também esteve presente. O Conselho abriu investigação para apurar o caso. As apurações correm sob sigilo determinado por Lei", informou órgão, em nota.
A unidade hospitalar foi interditada no dia 31 de outubro. Na época, o promotor responsável pelo caso, Arthur Pinto Filho, informou ao jornal O Estado de São Paulo que o levantamento do Cremesp indicou irregularidades diversas, chamando a atenção para mais de 30 mortes entre agosto e setembro, na unidade. O promotor citou a possibilidade de “erros grotescos”.
Já a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou que o imóvel do Hospital Bela Vista é alugado, e será devolvido.
"A SMS já vinha notificando o proprietário do imóvel quanto à necessidade dessas adequações, mas, infelizmente, sem sucesso. Por ser um imóvel locado, a SMS não pode realizar melhorias estruturais diretamente", diz nota da pasta.
O hospital foi inaugurado para atender pacientes diagnosticados com covid-19 durante a pandemia. Depois, foi destinado para a população em situação de rua.