Outubro Rosa: tudo o que você precisa saber sobre prevenção e tratamento do câncer de mama
Quando começar a fazer a mamografia? Quais são os fatores de risco? Como é o tratamento? Especialista esclarece
No mês de outubro, o mundo inteiro se une em torno de uma causa muito especial: a conscientização sobre o câncer de mama. Com a campanha do Outubro Rosa, renovamos nossos esforços para disseminar informações sobre prevenção, detecção precoce e a importância do suporte emocional e social às mulheres em tratamento. É válido dizer que o câncer de mama é uma realidade que afeta milhares de mulheres todos os anos. Embora sua incidência seja alta, o conhecimento sobre fatores de risco, formas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce têm se mostrado aliados poderosos no enfrentamento da doença, aumentando significativamente as chances de cura.
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Quando começar a fazer a mamografia?
A detecção precoce é essencial para o sucesso no tratamento do câncer de mama. O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que todas as mulheres comecem a fazer mamografias a partir dos 50 anos, realizando os exames a cada dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia sugere que as mulheres iniciem as mamografias aos 40 anos, com um intervalo anual entre os exames. Se você tem histórico familiar de câncer de mama, é importante conversar com seu médico sobre a melhor idade para começar os exames. A mamografia é um exame que ajuda a identificar alterações nas mamas antes que se tornem mais sérias, aumentando as chances de um tratamento precoce e bem-sucedido.
A importância se reflete nas estatísticas: o diagnóstico precoce pode aumentar significativamente as taxas de sobrevivência. Quando o câncer é diagnosticado em estágios iniciais, as opções de tratamento são mais eficazes e menos invasivas, resultando em melhores prognósticos. Por isso, é essencial que as mulheres estejam atentas a essas recomendações e façam dos exames de rotina uma parte regular de seus cuidados com a saúde.
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Quais são os fatores de risco e os sinais de alerta?
Idade avançada, histórico familiar de câncer de mama, mutações genéticas (como BRCA1 e BRCA2), exposição à radiação e hábitos relacionados ao estilo de vida são alguns dos principais fatores de risco associados ao câncer de mama. Por outro lado, algumas práticas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento do câncer de mama, como manter um peso saudável, praticar atividade física regularmente, limitar o consumo de álcool e evitar o tabagismo.
Outro ponto fundamental é manter-se atenta aos sinais de alerta, como nódulos, alterações no tamanho ou na forma das mamas, secreção mamilar ou retração do mamilo e alterações na pele, como vermelhidão ou descamação. Se notar qualquer um desses sinais, é importante que se procure um médico imediatamente.
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Como é o tratamento do câncer de mama?
Nos últimos anos, houve grandes avanços no tratamento do câncer de mama, o que traz esperança para muitas mulheres. Novas abordagens, como as terapias-alvo e a imunoterapia, têm mostrado resultados mais eficazes e com menos efeitos colaterais. Essas terapias ajudam a atacar mais especificamente as células cancerígenas, reduzindo os efeitos adversos do tratamento.
Além disso, os testes moleculares têm se tornado cada vez mais importantes. Eles analisam as características do tumor e ajudam os médicos a decidirem qual o melhor tratamento para cada caso. Isso significa que o tratamento pode ser mais personalizado, adaptando-se às necessidades individuais de cada paciente.
O acesso a novos medicamentos e a técnicas cirúrgicas também melhorou, oferecendo mais opções para as mulheres. Graças a essas inovações, as taxas de sobrevivência têm aumentado, trazendo esperança e qualidade de vida para muitas que enfrentam essa doença.
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Como se preparar para a consulta e os exames de mamografia?
Preparar-se para a consulta e os exames de mamografia pode ajudar a tornar o processo mais tranquilo. Aqui estão algumas dicas:
1. Histórico médico: leve informações sobre seu histórico médico e familiar, principalmente exames de mamografias prévias. Isso pode ajudar o médico a entender melhor seu perfil de risco e comparar seu exame atual com os anteriores;
2. Questões: anote qualquer dúvida que você tenha sobre o exame ou o tratamento. Não hesite em perguntar, pois é fundamental entender o que está acontecendo com sua saúde;
3. Conforto: use roupas confortáveis e fáceis de remover, pois a mamografia envolve a exposição dos seios;
4. Agendamento: tente agendar o exame logo após o ciclo menstrual, quando os seios estão menos sensíveis.
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O conhecimento sobre a prevenção e a detecção precoce do câncer de mama é uma poderosa ferramenta para salvar vidas. A conscientização e o diálogo aberto sobre o tema são fundamentais para que cada mulher, independentemente da idade ou dos fatores de risco, tenha acesso a informações corretas e possa tomar decisões importantes sobre sua saúde.
A jornada para a prevenção do câncer de mama é um compromisso que deve ser contínuo e compartilhado por todos. A cada nova informação disseminada, avançamos um passo em direção a uma sociedade mais consciente e preparada para lidar com a doença. Lembre-se: cuidar da saúde é um gesto de amor próprio que vale para toda a vida.
*Dr. Rubem Moreira,Oncologista Clínico, CRM 5201163230