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Saúde

Os riscos mais graves do uso de tadalafila: de AVC a priapismo; entenda

Vendas do medicamento contra disfunção erétil, comercializado sem receita, triplicaram em quatro anos no Brasil

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Tadalafia pode trazer riscos à saúde | Freepik
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Cerca de 21 milhões de caixas vendidas em 2020 e mais de 62 milhões em 2024. O aumento se refere à comercialização de tadalafila no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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O medicamento, que virou título de uma música do Piseiro do Barão e deu visibilidade para uma conversa comum em academias, bares, baladas e em fóruns de conversa na internet, é indicado para uso contra a disfunção erétil.

No entanto, diversas pessoas vêm utilizando o medicamento sem necessidade clínica, o que pode ser arriscado para a saúde (saiba mais abaixo). Existe também um componente psicológico: a dependência, de quando a pessoa condiciona seu desempenho físico ou sexual à medicação.

No caso do desempenho sexual, não é à toa. Fernando Facio, chefe do Departamento de Andrologia, Reprodução e Sexualidade da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), salienta que o medicamento só funciona quando há o estímulo sexual.

"Esta é uma característica clássica da medicação", explica. Por isso, inclusive, é ineficaz para o ganho muscular, tendo em vista que pessoas buscam o medicamento para melhorar o desempenho na musculação (veja mais detalhes abaixo).

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Para comprar o medicamento, não é necessária uma receita médica. Esse, inclusive, pode ser um dos motivos que colaboram para o aumento na procura do fármaco. Para Leonardo Seligra, médico urologista e andrologista titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), essa medicação deveria ser comercializada somente com prescrição, já que seu uso sem necessidade pode trazer riscos à saúde.

Quais os riscos de tomar tadalafila?

Cada organismo é único e, por isso, algumas pessoas podem ter efeitos distintos e mais ou menos intensos do que outras. Estudos mostram que os efeitos colaterais mais comuns da tadalafila no organismo são:

+ Queda de pressão;

+ Dor nas costas;

+ Hipotensão postural;

+ Tontura;

+ Vermelhidão no rosto;

+ Palpitação do coração;

+ Perda do efeito (quando necessário em relações sexuais, o remédio pode deixar de fazer efeito).

No entanto, a bula inclui entre efeitos colaterais mais raros e graves, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, geralmente em pacientes com fatores de risco cardiovascular, e até mesmo problemas visuais e auditivos, como visão borrada e perda súbita de audição.

Além disso, o medicamento pode causar priapismo, caracterizado por ereção dolorosa e persistente que ocorre sem estimulação sexual. A intervenção pode ser cirúrgica em alguns casos, para obstruir a artéria que leva o sangue até o pênis.

Como funciona a tadalafila

A tadalafila é um remédio para a disfunção erétil, quando há dificuldade em ter ou manter a ereção peniana. Junto com o citrato de sildenafil e a vardenafila, a tadalafila faz parte do grupo de medicamentos inibidores da fosfodiesterase tipo 5. Eles atuam no relaxamento do músculo liso dos vasos do pênis para aumentar o fluxo sanguíneo, facilitando a ereção.

Por que a tadalafila é ineficaz na musculação?

Ambos os especialistas entrevistados concordam que não há relação do medicamento com um melhor desempenho nos exercícios físicos. Não existe nenhum estudo que comprove essa hipótese.

Seligra acredita que a ideia das pessoas que utilizam a substância como pré-treino esteja baseada no efeito de vasodilatação que a tadalafila causa em todo o corpo. Esse efeito traz uma falsa sensação de aumento de volume dos músculos no pós-treino.

O remédio não tem efeito porque age em musculaturas diferentes, explica Facio. "O remédio atua na musculatura lisa, não na estriada, foco da atividade física", diz.

Se a tadalafila não faz efeito como pré-treino, por que, então, algumas pessoas compartilham nas redes sociais que ela faz?

Para Seligra, isso faz parte do chamado efeito placebo: quando o indivíduo atribui a uma determinada ação – no caso, tomar tadalafila – uma melhora no resultado, quando, na verdade, o que induz melhores resultados é a crença de que a ação funciona.

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