Ministério da Saúde anuncia oferta de dois novos tratamentos para endometriose no SUS
DIU-LNG e anticoncepcional hormonal foram incorporados na rede pública de saúde; não há prazo para início da oferta

Jessica Cardoso
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (9) a disponibilização de dois novos tratamentos hormonais para endometriose no Sistema Único de Saúde (SUS): o dispositivo intrauterino liberador de levonogestrel (DIU-LNG) e o desogestrel.
A endometriose ocorre quando o tecido que reveste o útero passa a crescer fora da cavidade uterina, provocando sintomas como cólicas menstruais intensas, dor durante relações sexuais e sangramentos.
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O DIU-LNG, com validade de cinco anos, atua suprimindo o crescimento do tecido endometrial fora do útero e é indicado para mulheres que não podem usar contraceptivos orais combinados.
Já o desogestrel, anticoncepcional hormonal, pode ser prescrito como primeira linha de tratamento, ajudando a reduzir a dor e a dificultar a progressão da doença ao bloquear a atividade hormonal responsável pelo crescimento do endométrio fora da cavidade uterina.
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Segundo o ministério, ambos os tratamentos foram incorporados após recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Antes de chegarem aos pacientes, no entanto, é necessário concluir etapas como a atualização do protocolo clínico e diretrizes terapêuticas. Não há previsão para início da oferta.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no mundo têm endometriose. No Brasil, mais de 260 mil atendimentos relacionados à doença foram registrados pelo SUS nos últimos dois anos.
Além dos novos tratamentos, a rede pública de saúde brasileira oferece terapia hormonal, analgésicos, anti-inflamatórios, acompanhamento multidisciplinar e procedimentos cirúrgicos, como videolaparoscopia, laparotomia e histerectomia.