Minas Gerais lidera ranking de casos de chikungunya no país
Estado confirmou 21 mortes pela doença e tem 53,9 mil dos 80,7 mil registros de infecções no Brasil
Vitória Santiago
Estado de Minas
De acordo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde nesta sexta-feira (15), Minas Gerais é o estado com maior número de casos chikungunya em todo o país. Ao total, são 53.972 registros e 21 mortes confirmadas pela doença. São cerca de 50 mil casos a mais do que o segundo estado na lista, o Espírito Santo, com 3.633 registros, seguido pelo Mato Grosso do Sul com 2.386.
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Analisando a incidência — referência usada para medir quantos moradores estão doentes a cada 100 mil habitantes — Minas apresenta um coeficiente de 262,8. Isso equivale a mais de seis vezes a média nacional. Devido à alta dos números, a secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais anunciou a previsão de ampliar o número de leitos em hospitais e um plano de contingência.
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No total, há o registro de 80.714 casos prováveis de chikungunya, no Brasil. O levantamento da Saúde ainda aponta que, até o momento da divulgação desta reportagem, havia 31 óbitos confirmados pela doença e 57 mortes em investigação.
Estado de Emergência
Em janeiro, o estado decretou situação de emergência por conta do crescimento acentuado nos casos de Dengue e Chikungunya. Na época, a secretaria de Saúde havia afirmado que o pico de casos aconteceria neste mês de março.
Histórico
Segundo a Secretária de Saúde de Minas Gerais, o estado tem um histórico de, a cada três anos, sofrer com disparo de casos de dengue e chikungunya.
Transmissão
De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus chikungunya é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a zika.
Como se proteger:
- Substitua a água dos pratos dos vasos de planta por areia;
- Deixe a caixa d'água tampada;
- Mantenha as piscinas limpas;
- Remova do ambiente todo material que possa acumular água, como pneus e garrafas;
- Desobstrua calhas, lajes e ralos;
- Lave as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova e jogar as larvas na terra ou no chão seco;
- Guarde baldes e garrafas com a boca virada para baixo;
- Use de telas nas janelas em áreas de reconhecida transmissão.
Sintomas
-Febre
-Dores intensas nas articulações
-Edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa)
-Dor nas costas
-Dores musculares
-Manchas vermelhas pelo corpo
-Prurido (coceira) na pele, que pode ser generalizada, ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés
-Dor de cabeça
-Dor atrás dos olhos
-Conjuntivite não-purulenta
-Náuseas e vômitos
-Dor de garganta
-Calafrios
-Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças)
Destaca-se que a doença pode evoluir em três fases:
- Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias
- Pós-aguda: tem um curso de 15 a 90 dias
- Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 90 dias após o início dos sintomas, considera-se instalada a fase crônica. Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica, podendo persistir por anos (BORGHERINI, et. al, 2008.)