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Médico de Santa Catarina é indiciado após deformar paciente em cirurgia plástica

Letícia Mello, de 41 anos, fez procedimento chamado de "X-Tudo", em que foram realizadas 12 cirurgias ao mesmo tempo

Médico de Santa Catarina é indiciado após deformar paciente em cirurgia plástica
Letícia Mello é a paciente que levou ao indiciamento do médico Marcelo Evandro | Reprodução/Redes sociais
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O médico Marcelo Evandro dos Santos, que atua em Florianópolis (SC), foi indiciado pela Polícia Civil de Santa Catarina na segunda-feira (14), por lesão corporal gravíssima contra uma paciente que teve o corpo deformado após cirurgias plásticas. Outras mulheres atendidas por ele também relataram queimaduras, bolhas, necrose e perda de tecido depois dos procedimentos.

A neuropsicopedagoga Letícia Mello, de 41 anos, é a paciente que levou ao indiciamento do cirurgião. A mulher contou que conheceu o cirurgião pelas redes sociais e teve sua primeira consulta em janeiro. O objetivo inicial era trocar as próteses de silicone e obter informações sobre uma técnica de lipoaspiração. No entanto, o médico sugeriu outros procedimentos e ela acabou realizando o que é conhecido como "X-Tudo" – por ser feito em várias partes do corpo ao mesmo tempo.

"Eu fui atrás da troca das próteses mamárias e para saber mais sobre essa lipo LAD, que ele fala muito nas redes sociais", disse Letícia para o SCC SBT. Marcelo Evandro tem quase 40 mil seguidores no Instagram.

"Depois, ele foi sugerindo outras coisas, dizendo que poderia fazer o que a academia não faz, como retirar gordura das coxas. Ele notou uma depressão nos meus glúteos e sugeriu tirar gordura das costas para colocar ali. Achei fantástico, porque fui em busca de um procedimento e, como médico, ele me apresentou várias opções, me passou muita confiança, muita credibilidade e eu acreditei que colocando a minha vida nas mãos dele, tudo sairia bem", contou.
A neuropsicopedagoga Letícia Mello, de 41 anos | Reprodução/Redes sociais
A neuropsicopedagoga Letícia Mello, de 41 anos | Reprodução/Redes sociais

Letícia afirmou que, após realizar todos os exames pedidos pelo médico, a cirurgia foi marcada para o dia 29 de fevereiro, em um hospital de Florianópolis. O procedimento durou quase 10 horas e, segundo a neuropsicopedagoga, logo após sair do centro cirúrgico ela percebeu que algo estava errado.

"Saí com falta de ar, muito debilitada e com o lado direito do corpo paralisado. Ao todo, recebi seis bolsas de sangue. Achei que morreria naquele momento", contou.

A paciente também relatou que sentiu "queimação" em várias partes do corpo. Após 20 dias sob os cuidades do cirurgião, a família de Letícia resolveu procurar outro médico.

"Eu não conseguia usar roupas e precisava ficar com o ar-condicionado ligado o tempo todo, pois sentia como se estivesse em uma fogueira. Minhas pernas, abdômen, braços e seios estavam queimando. Passei por muita dor. Foram 20 dias sob os cuidados desse médico, enquanto lidava com necrose e queimaduras, até que minha família encontrou outro profissional para me salvar. A partir daí, começou uma nova fase, a luta pela vida", disse.

A paciente destacou que não foi informada sobre os riscos e a complexidade dos procedimentos. "Descobri depois que foram 12 cirurgias, sendo que cada mama e cada glúteo contavam como um procedimento separado. Para mim, o entendimento inicial era de que se tratava apenas de intervenções nos seios, glúteos e abdômen", afirmou.

Ela passou 11 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ficou mais de dois meses internada. Nas redes sociais, ela mostrou as marcas em seu corpo. Veja abaixo:

Investigação

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que instaurou, nessa quarta-feira (16), um procedimento administrativo para apurar o caso, "com o objetivo de verificar a regularidade da atuação do médico".

O MP também quer investigar se o procedimento feito em Letícia, conhecido como "X-Tudo" – por ser feito em várias partes do corpo ao mesmo tempo – é permitido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) informou que está apurando a conduta do médico por meio de uma sindicância. Conforme o conselho, há uma resolução que exige que a investigação ocorra de forma sigilosa e, por isso, não será feita nenhuma manifestação pública sobre o processo.

O médico Marcelo Evandro dos Santos foi procurado pela reportagem do SCC SBT para comentar o caso, mas não retornou. O espaço segue aberto.

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