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Saúde

Jovem diz que contraiu HPV na academia; é possível se contaminar ao tocar superfícies? Entenda

Estudante conta que descobriu uma verruga no dedo da mão e foi informada pelo dermatologista que a lesão era causada pelo vírus

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É possível contrair HPV na academia? | Reprodução/Tiktok
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A estudante Victoria Sartorelli relatou, em uma publicação no seu TikTok, ter contraído papilomavírus humano (HPV) após usar equipamentos de academia. O vídeo, que já ultrapassou um milhão de visualizações na rede social, vem gerando repercussão e comentários de pessoas com receio de que aconteça o mesmo com elas.

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Victoria contou que descobriu uma verruga no dedo da mão e, ao consultar uma dermatologista, foi informada de que a lesão era causada pelo vírus.

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É possível pegar HPV na academia?

A versão do HPV mencionada pela jovem não foi adquirida ao tocar superfícies, como os aparelhos de academia.

"É improvável adquirir a infecção por contato com superfícies contaminadas e não há comprovação de transmissão por meio de superfícies, uso de vaso sanitário, piscina, equipamentos de academia ou até mesmo pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas", aponta o infectologista do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Eduardo Medeiros.

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão do HPV se dá por contato direto pele com pele ou mucosa infectada. A principal forma de transmissão é pela via sexual. Portanto, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Para esses casos, não é necessário pânico, uma vez que a infecção relatada por Victoria é comum, e que a maioria das pessoas não percebe a infecção, pois ela se manifesta apenas por verrugas na pele.

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"É possível contrair o HPV na mão ou em qualquer parte do corpo, se a sua pele tiver contato direto com a lesão verrugosa que foi lesada, principalmente com sangue da lesão e sua pele não estiver íntegra, isto é, ferida. A pele íntegra, sem ferimentos, protege conta a infecção pelo vírus", ressalta.

Há 200 tipos conhecidos de HPV que podem afetar a pele ou mucosa. Todas as pessoas, independente de idade ou gênero, podem ser infectadas pelo HPV.

O vírus atinge 80% da população e muitos delas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo. A manifestação do HPV é mais comum nas mulheres e pode aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens, apesar da menor incidência, pode surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta em ambos os sexos.

O diagnóstico, além do aspecto da lesão, é por meio de exames de biologia molecular, que mostram a presença do DNA do vírus.

Como se prevenir: a importância da vacina

Apesar de a vacina ter sido feita para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus, a maior parte da população já teve e há estudos científicos que comprovam a eficácia também para esses casos, segundo a ginecologista Marina Rosario. Ela ressalta que nem todos que tiveram contato com HPV desenvolvem lesões relacionadas ao vírus.

"A importância da vacina na prevenção é que ela evita o desenvolvimento dos piores subtipos do HPV. Existem quatro, que são oncogênicos, ou seja, todos relacionados a casos de câncer", explica a ginecologista.

Vacinação de HPV em dose única no SUS

A vacina contra o HPV - Papilomavírus Humano está sendo aplicada em dose única desde abril de 2024. O público alvo da campanha de vacinação é a faixa etária de 9 a 14 anos e grupos específicos, definidos pelo Programa Nacional de Imunização (veja abaixo). A decisão atende uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Vítimas de abuso sexual e imunossuprimidos continuam com o esquema anterior, de até três doses.

A adesão à vacina de HPV no Brasil não atingiu o nível recomendado pela OMS. Entre 2013 a 2020, 76% do público-alvo tomou a primeira dose e, no caso das duas doses, o número chegou a 56%, de acordo com o levantamento da Fundação do Câncer.

Quem pode se vacinar gratuitamente pelo SUS?

  • Meninas e meninos de 9 a 14 anos;
  • Vítima de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres);
  • Aqueles que não foram imunizados previamente;
  • Pessoas que vivem com Vírus da imunodeficiência humana (HIV);
  • Transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea;
  • Pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.
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