"Impacto psicológico e na autoestima", alerta médica sobre puberdade precoce
Em entrevista ao SBT News, a doutora Isabela Mazzei falou sobre impactos físicos e emocionais em crianças com a disfunção
Apesar de ser considerada rara, a puberdade precoce é uma disfunção que pode ter impactos físicos e emocionais no desenvolvimento de uma criança. Para dar mais detalhes sobre essa condição, o SBT News conversou com a médica Isabela Mazzei.
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“A puberdade precoce nada mais é do que o aparecimento do que a gente chama de caracteres sexuais antes do tempo. É a maturação sexual da criança que vai acontecer para ela entrar no processo da adolescência, mas ela acontece antes do tempo”, explicou.
Em meninas, a puberdade precoce acontece antes dos 8 anos, enquanto que, para meninos, antes dos 9. Entre os sinais físicos que indicam a disfunção, o surgimento da mama em meninas e o aumento do tamanho do volume do testículo em meninos.
“É muito difícil a gente identificar o que gerou essa ativação da puberdade antes do tempo”, explicou a doutora, sobre possíveis causas para a disfunção. “Existem alguns estudos, então a gente sabe que algumas crianças têm uma predisposição genética. A obesidade também pode levar ao início da puberdade precoce”. A exposição a hormônios externos, com os presentes em medicamentos, também pode ser um fator.
Estudos apontam que o número de casos aumentou consideravelmente durante o período da pandemia e que houve, provavelmente, um efeito ambiental para esse aumento.
Isabela afirmou que a puberdade precoce pode causar impactos tanto físicos quanto emocionais em uma criança. “Se ela começa a crescer muito antes, ela não consegue alcançar a altura final dela, ela pode ficar mais baixinha do que deveria. Há também um risco aumentado de diabetes. É importante falar também sobre a parte emocional. A criança convive normalmente com crianças da mesma idade, e ela começa a perceber que está diferente. Os meninos ali, com acne, com cheirinho ruim embaixo da axila e os amiguinhos não tem. Isso pode causar até um impacto psicológico e uma alteração na autoestima”, alertou.
A doutora afirmou que existem medicamentos que bloqueiam essa puberdade e alertou sobre a importância de manter uma rotina de consultas com pediatra e ficar atento aos sinais, favorecer atividade física e alimentação saudável.