Governo amplia estoque de antídotos para tratar intoxicação por metanol
Ministério da Saúde negocia importação de fomepizol - medicamento considerado mais eficaz - para ampliar tratamento

Victória Melo
Paola Cuenca
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (2) medidas emergenciais para garantir o tratamento de pacientes intoxicados por metanol no Brasil. O governo quer ampliar o estoque de etanol farmacêutico, antídoto usado em caso de intoxicação.
"Estamos ampliando esse estoque, vamos chegar na compra de mais 4.300 ampolas desse estoque que estará disponível a qualquer estado, a qualquer centro de referência, a qualquer unidade de saúde que não tenha esse etanol de farmácia", afirmou o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
Além disso, a pasta acionou a Anvisa e organismos internacionais para viabilizar a importação de fomepizol, medicamento considerado mais seguro e eficaz, mas que não tem registro no Brasil. A solicitação inclui doação imediata de 100 tratamentos pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a intenção de adquirir até mil tratamentos.
Segundo o ministro Alexandre Padilha, 604 farmácias de manipulação no país já estão aptas a produzir o etanol farmacêutico. O produto também está disponível em hospitais universitários federais e poderá ser requisitado por estados e municípios que não tiverem o antídoto em estoque.
A orientação agora é evitar o consumo de bebida alcoólica.
“Desde terça-feira recomendei, como ministro e médico, que se evite neste momento ingerir produtos destilados, sobretudo os incolores e sem procedência. Não estamos falando de um item essencial, é um produto de lazer”, afirmou Padilha.
O ministro também alertou que a hidratação e a alimentação adequada podem ajudar a reduzir os efeitos em casos de intoxicação.
“Se vai beber, esteja bem alimentado e hidratado. Isso pode reduzir os impactos, embora não signifique liberação”, disse.
As medidas fazem parte da resposta à crise provocada pela onda de intoxicações por metanol, que já soma 59 notificações e 11 confirmações.