Estudo revela que 28% das mulheres nunca fizeram exames para detectar câncer de mama
Entre as mulheres que não realizam os exames, 25% estão na faixa etária de maior risco, acima dos 40 anos
Um estudo divulgado durante o outubro rosa – campanha de conscientização sobre o câncer de mama – revelou que 28% das mulheres brasileiras nunca fizeram exames para identificar a doença. Entre as mulheres que não realizam os exames, 25% estão na faixa etária de maior risco, acima dos 40 anos.
A prevenção é fundamental, e os especialistas destacam que quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura.
Márcia Regina Gardinalli, aposentada de 65 anos, sempre fez exames preventivos, mas foi surpreendida com um diagnóstico de câncer de mama ao passar por uma crise de sinusite. "O que eu aprendi é que a gente tem que estar sempre em cima. Mesmo fazendo os exames preventivos, foi uma surpresa. Façam a mamografia, a ressonância. Qualquer alteração, insistam na prevenção", aconselhou.
Outro exemplo é o de Thaís Mayumi, manicure de 41 anos. Ela fez um ultrassom das mamas há 20 anos, mas desde então não realizou novos exames. "Nunca fui atrás de fazer outro ultrassom ou a mamografia. Com a correria do dia a dia, a gente vai deixando de lado", explicou.
A pesquisa, realizada pelo Instituto AC Camargo, em parceria com uma empresa de pesquisa e inteligência de dados, trouxe também algumas dúvidas frequentes das mulheres. Por exemplo: amamentar diminui o risco de câncer de mama? Reposição hormonal ou prótese mamária aumentam as chances de desenvolver a doença? Curiosamente, mulheres com menor escolaridade acertaram mais essas questões do que aquelas com maior nível de estudo.
De acordo com especialistas, amamentar pode reduzir o risco de câncer de mama, mas não elimina totalmente a possibilidade de desenvolvê-lo. As próteses mamárias, por sua vez, não causam câncer e não dificultam o diagnóstico. Já o uso de hormônios deve ser feito apenas com acompanhamento médico.
Solange Sanches, médica e vice-líder do Centro de Referência em Tumores da Mama do A.C. Camargo, reforça a importância da prevenção: "O câncer de mama ainda é a doença mais incidente e, apesar das maiores taxas de cura, continua sendo responsável por um grande número de mortes. As taxas de cura são tanto maiores quanto mais precoce for o diagnóstico".