Saúde

Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata: entenda origem do Novembro Azul

Médico urologista explica sobre sintomas e chances de cura da doença

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Entenda origem do Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata | Foto: Freepik
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O mês de novembro é marcado por campanhas de conscientização da saúde do homem e, nesta segunda-feira, 17 de novembro, o foco está no combate ao câncer de próstata. O Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata foi criado em 1999, dando origem ao hoje tradicional Novembro Azul.

O mais curioso? O movimento foi criado por um grupo de amigos na Austrália, que deixaram o bigode crescer com o objetivo de chamar a atenção para a saúde masculina. Eles realizavam ações e doavam dinheiro arrecadado para instituições de caridade.

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A atitude ganhou projeção e, em 2004. foi criada a Movember Foundation Charity. “Movember” é a junção das palavras em inglês “moustache” (bigode) e “november” (novembro). A campanha também prega o “No Shave November", que em tradução literal significa "Novembro Sem Barbear". Assim, o bigode azul tornou-se um símbolo de mobilização.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a Campanha Novembro Azul foi trazida pelo Instituto Lado a Lado Pela Vida em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia, em 2011. No último mês, foi registrado um pico de buscas sobre o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata. Os dados são do Google Trends.

Entenda o câncer de próstata

O câncer de próstata é um tumor maligno que se desenvolve na próstata, uma glândula masculina localizada abaixo da bexiga. Na maioria dos casos, ele cresce lentamente, mas em algumas situações pode crescer rapidamente e se espalhar para outros órgãos.

De acordo com informações do Ministério, 42 homens morrem por dia em decorrência do câncer de próstata no Brasil. É a segunda maior causa de morte por câncer em homens no país. Em 2020, foram 65.840 casos, equivalente a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino.

O Atlas de Mortalidade por Câncer, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), aponta 15.983 mortes por câncer de próstata em 2019. Alguns desses tumores, segundo a entidade, podem crescer de forma rápida, acometendo outros órgãos e podendo levar à morte caso não seja controlado pelos tratamentos disponíveis.

Entre os exames para a detecção do câncer de próstata estão o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico) e o exame de toque retal, que pode identificar até 20% dos casos.

O médico urologista do Hospital das Clínicas da USP, Alexandre Iscaife, explica que, em caso de suspeita, outros procedimentos poderão ser solicitados, como a biópsia, que retira fragmentos da próstata para análise, guiadas por um ultrassom transretal. “O toque retal alterado e/ou o PSA (exame de sangue) elevado são os dados que devem levar à realização da biópsia.”

O diagnóstico concreto, explica Iscaife, depende dos exames já que os sintomas atrelados ao câncer não costumam aparecer junto ao surgimento do tumor. “Quando os sintomas aparecem, a doença já está avançada. Esses sintomas podem ser obstrução urinária, dor nos ossos, fraturas patológicas, dentre outros.”

Sintomas da doença

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que o rastreamento seja avaliado individualmente e tenha um acompanhamento anual ou conforme orientação médica.

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas. Quando aparecem, os mais comuns são:

  • Dificuldade para urinar;
  • Sangue na urina;
  • Diminuição da força do jato urinário;
  • Necessidade de urinar várias vezes ao dia ou à noite.

Esses sinais também podem estar relacionados a doenças benignas da próstata, como hiperplasia benigna (aumento natural da glândula) e prostatite (inflamação causada por bactérias).

Chance de cura

Para o urologista do Hospital das Clínicas da USP, os dados sobre a chance de cura quando a doença é localizada, são animadores. “A sobrevida em 5 anos do diagnóstico é próxima de 100%. Entretanto, quando a doença já se disseminou e está em estágio avançado, essa taxa cai para 37,5%”, diz Alexandre Iscaife.

Por isso, o acompanhamento médico regular é essencial, especialmente a partir dos 50 anos ou antes, no caso de pacientes com fatores de risco. "O Novembro Azul reforça que o cuidado com a saúde masculina deve ser contínuo, e não restrito a um mês de conscientização. A prevenção e o diagnóstico precoce são as principais armas contra o câncer de próstata."

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