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Saúde

Casos de hepatite A crescem mais de 50% no Brasil em 2024

Doença silenciosa afeta o fígado e pode evoluir para cirrose e câncer; exame gratuito está disponível pelo SUS

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Os casos de hepatite A aumentaram mais de 54% no Brasil em 2024 em comparação ao ano anterior. A doença, que atinge o fígado, pode evoluir para quadros graves como cirrose e até câncer hepático. Apesar da gravidade, o diagnóstico é simples e pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os primeiros sintomas apareceram de forma súbita para o DJ Lucas Toledo, de 28 anos: enjoo, febre, urina escura e pele amarelada.

"O primeiro lugar que reparei foi o olho, que estava muito amarelo, parecia fluorescente. Aí comecei a reparar na pele mesmo, sabe? Nas mãos, debaixo da língua também estava muito amarelo", contou Lucas.

Após uma semana internado, ele recebeu o diagnóstico de hepatite A. O DJ acredita que foi infectado ao consumir gelo contaminado. "Eu perdi sete quilos em uma semana. Então, assim, para ter noção de como eu fiquei fraco", relatou.

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Perfil

Segundo dados oficiais, a taxa de incidência passou de 1.100 casos por 100 mil habitantes, em 2023, para 1.700 por 100 mil habitantes, em 2024. Homens entre 25 e 29 anos foram os mais atingidos, com maior concentração de casos nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

A hepatite A é transmitida, principalmente, por falta de higiene, como o consumo de alimentos contaminados ou por relações sexuais sem proteção. De acordo com Clarice Gdalevici, coordenadora de hepatites virais da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, a transmissão entre adultos está ligada, em muitos casos, a práticas sexuais.

"Óbvio que não é a única causa. Pode ter alguma contaminação de rede sanitária de água, mas esses casos em adultos a gente consegue compreender que é uma transmissão por prática sexual", explicou.

O exame para detectar a doença está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e o resultado sai em até 30 minutos.

"A pessoa pode não ter nenhum sintoma de hepatite aguda, como olho amarelo, dor abdominal, febre, mal-estar, cansaço... e não ter nada disso. Ser portadora do vírus B e C, que depois de 30 ou 40 anos vão se manifestar como cirrose do fígado ou mesmo câncer hepático, que é uma doença extremamente grave", alertou a médica Clarice Gdalevici.

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