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Saúde

Bruce Willis: o que se sabe sobre a demência frontotemporal, condição que acomete o ator

Doença neurodegenerativa, que representa entre 5% e 10% dos casos de síndromes demenciais, pode afetar pacientes mais jovens; entenda

Imagem da noticia Bruce Willis: o que se sabe sobre a demência frontotemporal, condição que acomete o ator
Bruce Willis tem demência frontotemporal desde 2023 | Reprodução/Instagram
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O ator Bruce Willis, de 70 anos, está enfrentando a alguns anos um quadro neurológico. Diagnosticado originalmente com afasia em março de 2022, o artista, célebre por seus papéis na franquia de filmes "Duro de Matar" e "O Sexto Sentido", se aposentou na ocasião. No entanto, em 2023, a família do ator recebeu o diagnóstico de demência frontotemporal.

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Em uma entrevista de maio de 2025 à revista People, sua esposa, Emma Heming Willis, disse que a família recebeu o diagnóstico sem orientação nenhuma e que ela precisou correr atrás de informações por conta própria.

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“Recebemos um diagnóstico e fomos embora sem esperança, sem orientação, sem nada, e eu realmente tive que descobrir como colocar os recursos em prática (...) “E foi muita pesquisa na internet, tentando entender as coisas.””, disse Emma.

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O que é a demência frontotemporal?

A demência frontotemporal é uma condição neurodegenerativa que representa entre 5% e 10% dos casos de síndromes demenciais e também pode afetar pacientes mais jovens, de acordo com o neurologista Flavio Augusto Sekeff.

"O paciente começa a ficar mais arredio, irritado, jocoso, muda hábitos alimentares, fica menos empático, trata as pessoas de maneira indiferente, até chegar no estado de mutismo acinético", disse o especialista.

O quadro de mutismo se caracteriza pela completa imobilidade, em que a pessoa apenas acorda, mas não consegue se mexer ou falar.

"Na demência frontotemporal, além de comer demais, por exemplo, o paciente pode ter falta de empatia, agressividade e alteração de personalidade", pontua Sekeff.

Afasia não é uma doença, mas um sintoma

Diferente do Alzheimer, que é considerada uma doença, a afasia é apenas um sintoma relacionado à demência. Ela se caracteriza por uma alteração da produção ou do entendimento da linguagem. "O paciente, mesmo com aparelho fonador (órgãos para produzir sons) normal, não consegue falar e entender o interlocutor". Segundo o especialista, o sintoma costuma surgir mais precocemente na demência frontotemporal (como no caso de Willis) e mais tardiamente no Alzheimer. Pacientes com tumores, derrames ou traumas cranianos também podem sentir afasia.

O que causa a demência?

Para o especialista, não existe uma causa definida, no entanto o Alzheimer e a demência frontotemporal possuem relações mais claras com a genética do paciente. Já a de Corpos de Lewy ainda não possui uma causa genética definida. As demências se dividem em primárias, que são as mais comuns, e secundárias. No primeiro grupo, a mais comum delas é o Alzheimer, mas em menor escala ocorrem a demência frontotemporal e por Corpos de Lewy.

Diagnóstico e possível confusão com depressão

Os quadros de "pseudodemência" são, na verdade, depressão. Em alguns casos, eles apresentam os mesmos sintomas de uma demência, mas possuem sinais de atenção que diferenciam o diagnóstico, como tristeza e melancolia, por exemplo. O diagnóstico de depressão é feito por um questionário estruturado, história clínica do paciente, além de uso consciente de antidepressivo.

No caso das demências, é preciso que seja feita avaliação clínica do paciente por um neurologista, exames complementares, testes neuropsicológicos e exames de imagem cerebral. Apesar de não haver cura, medicamentos podem ser prescritos para aliviar os sintomas e proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente.

Como cuidar de um paciente com demência?

Como são doenças crônicas, o tratamento se baseia em medicações para melhorar o quadro sintomático do paciente. O neurologista destaca o uso de cannabidiol (nesse caso, o fitocannabinoide), que pode ajudar em quadros de Alzheimer. Ele relata que a substância apresenta potencial de melhorar memória e fazer com que os pacientes durmam melhor.

Além disso, principalmente entre os idosos, é fundamental procurar programas de reabilitação cognitiva, que envolvam a saúde física e mental, como dança, pintura, coral, além de socialização e prática de exercícios corporais.

“O que aprendi com tudo isso é que a pessoa mais importante é quem cuida. Temos que cuidar de quem cuida, porque quando cuidamos de nós mesmos, podemos então estar presentes para a pessoa que amamos", ressaltou Emma à People
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