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Fila do SUS para colonoscopia desafia diagnóstico precoce do câncer de intestino

Pacientes expõem demora na realização de exames essenciais pelo sistema público de saúde

Imagem da noticia Fila do SUS para colonoscopia desafia diagnóstico precoce do câncer de intestino
Unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) | Tomaz Silva/Agência Brasil
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A morte da cantora Preta Gil, vítima de um câncer no intestino, trouxe à tona um problema antigo no Brasil: a dificuldade para conseguir fazer uma colonoscopia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um exame simples, mas fundamental para diagnosticar precocemente a doença — o que pode salvar vidas.

Nailde tem 74 anos e está na fila do exame desde novembro de 2023. Durante esse período, ela chegou a ser internada por problemas intestinais. “Quando eu cheguei mesmo e fui ao hospital, eu já estava com sangramento. E aí, o médico me examinou, fez uma ecografia e exame de sangue e constatou que eu estava com uma infecção intestinal. Aí ele tratou com sete dias de antibiótico e fiquei esperando só pela colonoscopia", contou a aposentada.

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A filha dela, Nice, também precisou do exame. A colonoscopia é a principal ferramenta para diagnosticar o câncer de intestino. Detectado no início, as chances de cura são maiores. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de tumor é o terceiro mais comum no país. Em 2023, mais de 24 mil pessoas morreram por causa da doença — o que representa uma morte a cada vinte minutos.

“A gente tinha uma faixa etária de maior ocorrência dos tumores colorretais ao redor dos 60 anos. Por isso, recomendava-se a prevenção a partir dos 50. Mas hoje existem muitos casos em pacientes com 30, 40 anos”, explica o coloproctologista Daniel Azambuja.

De acordo com o Observatório da Saúde Pública, o número de colonoscopias realizadas no Brasil cresceu. Em 2024, foram mais de 570 mil exames — um aumento de 65% em relação a 2019. Ainda assim, a demanda continua superior à oferta.

A fila para a colonoscopia é organizada por estados ou municípios. Por isso, não há um número exato de quantas pessoas aguardam o procedimento em todo o país. “A maioria dos pólipos, quando identificados no exame, já pode ser retirada na hora. Quando são maiores, às vezes é feita apenas uma biópsia para verificar se há malignidade”, explica o médico.

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Cansada de esperar, a filha de Nailde optou por buscar um plano de saúde para realizar a colonoscopia. O resultado foi alarmante. “Quando eu fiz o exame, eu já estava com 10 pólipos. E o médico disse que, se eu levasse mais cinco anos, estaria tomada de câncer”, contou Nice Matts de Azevedo.

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