Sociedade Brasileira de Pediatria alerta para riscos do uso precoce de cosméticos em crianças
Componentes químicos presentes em cosméticos podem acarretar problemas como acne, disfunções hormonais e até puberdade precoce
Clayton Pascarelli
A Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou um alerta para pais e responsáveis, chamando atenção para os perigos à saúde de crianças e adolescentes relacionados ao uso precoce de cosméticos e procedimentos estéticos. De acordo com especialistas, esses hábitos, muitas vezes incentivados por tendências ou competições de beleza, podem gerar consequências graves na saúde dos pequenos.
No Brasil, estudos mostram que o uso de maquiagem pode começar já aos quatro anos, com produtos como batom e sombra sendo os mais comuns. O contato prematuro com cosméticos, no entanto, ocorre justamente quando a pele da criança ainda está em desenvolvimento, o que pode comprometer seu processo natural.
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Além disso, há indícios de que componentes químicos presentes em cosméticos, como conservantes, estejam relacionados à puberdade precoce, aumentando a preocupação de médicos e pesquisadores. A recomendação oficial da Sociedade Brasileira de Pediatria é clara: somente produtos adequados à idade devem ser utilizados, e sempre em quantidades reduzidas.
A publicitária Lani Rodrigues, mãe de uma menina de nove anos que participa de eventos de beleza, segue as orientações médicas sobre o uso controlado de maquiagem. "Semana passada, levei minha filha à pediatra, que recomendou produtos específicos e seguros para crianças", comentou.
Segundo especialistas, o uso exagerado de cosméticos pode acarretar problemas como acne, disfunções hormonais e até baixa autoestima em crianças e adolescentes. Os produtos indicados são apenas aqueles aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com propriedades hipoalergênicas e livres de substâncias como parabenos.
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Outras regras divulgadas para o cuidado infantil incluem restrições à aplicação de unhas de gel em menores de 16 anos, ao uso de tinturas de cabelo antes dos 12 anos e à aplicação de piercings e tatuagens, autorizadas apenas a partir dos 18 anos. Já desodorantes podem ser introduzidos aos oito anos, desde que aprovados para peles sensíveis.
A pediatra Tuanny Abreu reforça o papel dos pais na supervisão. "Se for necessário, utilizar cosméticos hipoalergênicos, sempre checando o selo da Anvisa e evitando produtos com componentes perigosos, como os parabenos", orienta. Essa atenção é essencial para proteger o bem-estar infantil e prevenir complicações desnecessárias.
