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Saúde

Ataque de abelhas crescem mais de 80% entre 2021 e 2024; pesquisa desenvolve soro inédito contra picadas

Número ocorrências passa de 34 mil no período e pela primeira vez na história, picadas de abelhas superam as picadas de cobras no país

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Os ataques de abelhas ficaram mais frequentes, com aumento no número de vítimas no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, os ataques cresceram mais de 80% entre 2021 e 2024, passando de 34 mil ocorrências no período. Pela primeira vez na história, o número de picadas de abelhas superou o de cobras no país. Somente em 2025, já foram registrados mais de 18 mil ataques.

Em maio deste ano, atletas que participavam de uma corrida no interior do Rio Grande do Sul foram atacados por um enxame e precisaram pular em um lago para escapar.

Em julho, um homem de 39 anos morreu em Goiânia após sofrer reação alérgica e parada cardiorrespiratória. Já nesta semana, no interior do Ceará, um idoso desmaiou ao ser atacado por abelhas e caiu em um lago, sendo salvo por um policial militar.

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Um fator que contribui para o aumento dos ataques é a maior produção de mel em regiões próximas às cidades. “Algumas rainhas podem escapar levando abelhas no processo chamado enxameação. Se isso ocorre perto da área urbana, elas podem se instalar em telhados de casas, o que causa acidentes com pessoas e animais, resultando em centenas ou até milhares de picadas”, explica o pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Rui Seabra.

O desmatamento também seria um dos fatores que levam esses insetos para áreas urbanas e, como consequência, a mais ataques. “Entrando no habitat delas, elas reagem. São defensivas, reagem quando atacadas”, explica o apicultor.

Só em 2024, 125 pessoas morreram no Brasil após picadas de abelha. Atualmente, não existe na rede pública nem privada um soro específico para neutralizar o veneno.

A boa notícia é que a Unesp está desenvolvendo o soro antiapílico, considerado inédito no mundo. “Hoje existem antídotos para picadas de aranhas, serpentes e escorpiões, mas não para abelhas. É preciso apoio das autoridades para finalizar os estudos e colocar esse medicamento no SUS. Assim, será possível evitar o sofrimento de pacientes e a morte de mais de 150 pessoas por ano”, afirma o pesquisador responsável.

Enquanto a novidade não chega, o apicultor Wilson orienta como agir em caso de ataque: “Se as abelhas vierem em cima de você, corra em zigue-zague, porque elas sempre seguem em linha reta. Também é importante procurar uma área com árvores ou mato para se proteger. Ficar parado não adianta."

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