Estudo mostra que trabalhadores domésticos são mais afetados pela pandemia

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) concluiu que os efeitos da pandemia e da quarentena, provocados pelo novo coronavírus, são piores entre os trabalhadores domésticos. Segundo a pesquisadora do instituto, Carolina Tokarski, as trabalhadoras domésticas estão mais vulneráveis por estarem em contato direto e constante com pessoas estranhas em casas, de forma que fiquem expostas a fluidos dessas pessoas. 

Outro fator que afeta os trabalhadores domésticos é que a maior parte deles mantém um vínculo informal de contratação. "Apenas 30% de todo contingente tem acesso aos direitos trabalhistas e aos direitos previdenciários também." afirmou a pesquisadora.

De acordo com o IPEA, existem seis milhões de trabalhadores domésticos no país. Cerca de 70% deles não têm carteira assinada, e nove em cada dez são mulheres.

Para reduzir o impacto da pandemia entre os trabalhadores domésticos, uma das propostas é que eles cumpram a quarentena longe do trabalho. Os pesquisadores recomendam ainda prioridade na aplicação dos testes da covid-19 e a extensão do auxílio emergencial de 600 reais.

Outras recomendação é que haja o uso de equipamentos de proteção individual, além de jornadas flexíveis e liberação do trabalhador quando alguma pessoa da família contrair a doença.