Publicidade
Política

Tribunal decide que Assange pode recorrer de ordem de extradição para os EUA

Os juízes entenderam que o fundador do Wikileaks tem motivos para contestar ordem do governo do Reino Unido

Imagem da noticia Tribunal decide que Assange pode recorrer de ordem de extradição para os EUA
Julian Assange na embaixada do Equador | Reprodução Cancillería del Ecuador
Publicidade

O Tribunal de Londres decidiu, nesta segunda-feira (20), que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, pode recorrer da extradição para os Estados Unidos, sob acusação de espionagem.

Os juízes entenderam que o jornalista tem motivos para contestar a ordem de extradição do governo do Reino Unido.

Os advogados de Assange argumentaram na segunda-feira que os EUA forneceram garantias “flagrantemente inadequadas” de que o fundador do WikiLeaks teria proteção à liberdade de imprensa se fosse extraditado para os EUA.

Os promotores americanos alegam que Assange encorajou e ajudou a analista de inteligência do Exército dos EUA, Chelsea Manning, a roubar telegramas diplomáticos e arquivos militares publicados pelo WikiLeaks.

Em março, juízes do Tribunal Superior rejeitaram a maior parte dos argumentos de Assange, mas disseram que ele poderia levar o seu caso ao Tribunal de Recurso, a menos que os EUA garantissem que ele não enfrentaria a pena de morte se fosse extraditado e teria as mesmas proteções à liberdade de expressão nos EUA.

*Com informações da Associated Press

Lula

Em análise para o Brasil Agora do SBT News, o mestre em Relações Internacionais Uriã Fancelli analisou a defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao jornalista Julian Assange. Ao apresentador Murilo Fagundes, disse que o posicionamento do petista não surpreende: “[Lula] sempre foi um defensor do Assange, por conta daquelas divulgações que foram feitas em relação à inteligência norte-americana”.

O fundador do site WikiLeaks, que é da Austrália, está preso desde 2019 no Reino Unido; foi acusado sob a lei de espionagem de ter vazado mais de 700 mil documentos sigilosos do governo — o que incluía provas de que a Casa Branca investigava outros países, como o Brasil (cenário a qual Fancelli se refere). “É um posicionamento legítimo”, avalia Uriã.

No domingo (19), Lula afirmou em postagem na rede social X (antigo Twitter) que o jornalista "deveria ter ganhado o Prêmio Pulitzer ao revelar segredos dos poderosos". Desejou que a "perseguição" termine e que "ele volte a ter a liberdade que merece o mais rápido possível”, escreveu o presidente.

Norte-americanos pedem a extradição para que Assange responda a 18 acusações. Se condenado pode pegar até 175 anos de prisão. Antes de ser preso, estava exilado na Embaixada do Equador em Londres (Reino Unido) desde 2012.

Segundo Fancelli a possibilidade dele ser absolvido (invocando a 1ª emenda) é praticamente nula, “se não, não fariam tanta questão de tê-lo no próprio país”. Os EUA tentam represar o australiano desde 2010, “simplesmente pelo fato do jornalismo ser exercido”, aponta o especialista.

+Defesa de Assange tenta último recurso em tribunal britânico contra extradição para os EUA

Entretanto, diferente das falas acerca do conflito palestino, Lula pode ter a comunidade ocidental ao seu lado desta vez e causar menos embates: “uma possível extradição aos EUA não seria muito bem vista por grande parte do mundo ocidental, inclusive por parte da própria Austrália”, disse Uriã.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade