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Política

Tarifaço: governador do Ceará se reúne com Alckmin e afirma que estado já estuda medidas para diferentes cenários

Estado pode ser um dos mais afetados pela tarifa de 50% dos EUA sobre produtos nacionais; setores como pescado, aço e castanha de caju do CE temem impactos

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O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), afirmou nesta terça-feira (29) que o momento é de intensificar o diálogo com os Estados Unidos e de mobilizar empresários brasileiros e americanos contra a taxação de 50% anunciada pelo governo dos Estados Unidos, chefiado pelo presidente Donald Trump.

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Durante reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e outros chefes de Executivos estaduais em Brasília, Elmano defendeu uma atuação unificada dos entes federativos, setor produtivo e governo federal para evitar prejuízos à economia nacional.

"Não interessa um perde-perde para o Brasil nem para os Estados Unidos. Nós queremos um ganha-ganha", disse o governador. Segundo ele, o estado já está em contato com empresas cearenses que têm relação comercial com o mercado americano para que também articulem com seus parceiros nos EUA uma pressão política pela revisão da alíquota.

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Ceará pode ser um dos estados mais afetados por tarifa de 50%

A taxação, que começa a valer no dia 1º de agosto, deve afetar setores estratégicos para o Ceará, como o de pescado, aço, produtos de carnaúba e castanha de caju. Só o setor pesqueiro, por exemplo, destina cerca de 30% da produção à exportação para os Estados Unidos.

Apesar dos impactos, Elmano afirma que o momento ainda é de cautela:

"Nós tratamos o pacote geral, até porque o que está anunciado nos Estados Unidos é uma alíquota geral. Não sabemos se a medida será mantida para todos os setores, se será excepcionada para algum. Então, temos que aguardar o processo de negociação."

Durante a reunião, o governador entregou um conjunto de propostas ao vice-presidente Alckmin. O material inclui sugestões para apoiar os exportadores brasileiros e criar sinergia entre União, estados e setor privado, diante dos possíveis desdobramentos da retaliação americana.

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Segundo Elmano, Alckmin ouviu atentamente representantes de diversos setores afetados e foi criada uma comissão de governadores para acompanhar as negociações. O governador também propôs ao Planalto a criação de um grupo técnico no estado, com participação da Secretaria da Fazenda, Procuradoria-Geral e federações das Indústrias e da Agricultura para estudar medidas específicas conforme os diferentes cenários que se desenharem após o início da vigência da tarifa.

"Algumas medidas já estão sendo estudadas. Mas até o dia 1º devemos intensificar a busca por uma saída negociada. A partir daí, com o cenário concreto, estaremos prontos para adotar o que for necessário", completou.

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