Sonia Guajajara defende protagonismo indígena na agenda climática: "Somos parte das respostas"
Para a ministra, processo não pode repetir desigualdades históricas, nem deixar "rastros de violações e violências" em nome do progresso

Gabriela Tunes
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, defendeu nesta segunda-feira (13) a ampliação da participação de povos indígenas e comunidades tradicionais nas decisões da agenda climática global. Durante discurso na pré-COP, em Brasília, ela destacou que o chamado Círculo dos Povos, criado pela presidência brasileira da COP30, é uma inovação para aproximar a sociedade civil das negociações oficiais.
Guajajara afirmou que a transição energética e climática não pode repetir desigualdades históricas, nem deixar "rastros de violações e violências" em nome do progresso. "Os povos indígenas não são apenas os mais impactados pelas mudanças climáticas. Também somos parte das respostas", disse.
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A ministra reforçou ainda o pedido para que países credenciem lideranças indígenas em suas delegações oficiais na COP30, que será realizada no mês de novembro em Belém, no Pará. Ela defendeu que os territórios indígenas sejam reconhecidos como sumidouros de carbono e que as políticas de proteção a esses territórios sejam tratadas como políticas climáticas.
Guajajara encerrou o discurso dizendo que a transição só será efetiva se for realmente justa, e pediu mais recursos diretos para comunidades locais, lembrando que hoje apenas 1% de todos os recursos que são tradicionalmente mobilizados para a mudança do clima chega aos territórios indígenas.