Marina Silva diz que combater mudanças climáticas é também enfrentar uma crise moral e civilizatória
Para a ministra do Meio Ambiente, "a ética não pode ser vista como recurso retórico, mas como fundamento da ação climática"

Gabriela Tunes
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (13) que a ação contra mudanças climáticas só será eficaz se também for ética. Durante discurso na pré-COP30, em Brasília, ela apresentou o Círculo do Balanço Ético Global, uma das quatro frentes de mobilização criadas pela presidência brasileira da COP30, que será realizada no mês de novembro em Belém (PA).
Inspirado no Balanço Global do Acordo de Paris, o projeto nasceu, segundo Marina, da convicção de que "a ética não pode ser vista como recurso retórico, mas como fundamento da ação climática". Para ela, enfrentamento da crise climática também envolve combater uma crise moral e civilizatória.
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A ministra explicou que o balanço mobilizou diálogos regionais em todos os continentes e mais de 3,7 mil participantes de 15 países, com destaque para jovens entre 15 e 35 anos.
"Fortalecer o multilateralismo e valorizar a diversidade não são escolhas, são um imperativo ético", disse Marina. Ela defendeu que a COP30 seja um "mutirão global pela implementação dos acordos climáticos", e alertou que o mundo precisa evitar não só o ponto de não retorno do sistema climático, mas também o do próprio multilateralismo, ameaçado pela falta de ação prática.
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