Haddad propõe finanças como motor da transformação ecológica na COP30
Ministro comentou relatório com mais de 1.200 contribuições de países e instituições que traz caminhos de ação para ampliar financiamento climático

Gabriela Tunes
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o sistema econômico global assuma papel central na transição ecológica. Durante discurso na pré-COP30, em Brasília, ele apresentou os avanços do Círculo de Ministros de Finanças, grupo coordenado pelo Brasil dentro da preparação para a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, que será realizada no mês de novembro em Belém (PA).
O relatório final do grupo reúne mais de 1.200 contribuições de países e instituições e traz as principais recomendações e caminhos de ação para ampliar o financiamento climático.
Segundo o ministro, o trabalho se apoia em três continuidades: a integração entre COP30 e G20, com a criação da Força-Tarefa do Clima; a conexão entre as agendas internacional e doméstica, representada pelo Plano de Transformação Ecológica; e o compromisso de transformar reflexão em políticas públicas concretas.
Entre as prioridades do relatório estão o aumento dos fundos de adaptação e transição justa, a reforma dos bancos multilaterais, o fortalecimento de capacidades nacionais, a inovação financeira e a criação de regras mais transparentes e confiáveis para o financiamento climático.
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Haddad também anunciou três iniciativas estratégicas que serão levadas à COP30: o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono e a Super Taxonomia, que busca harmonizar padrões de investimentos sustentáveis.
O ministro encerrou o discurso afirmando que o objetivo é construir um "caminho comum, com ambição e realismo" em que as finanças sirvam como motor da transformação ecológica global.