"Segue o jogo", diz Celso Amorim após declarações de Trump
Assessor de Lula minimiza declarações do presidente dos EUA sobre tarifas a países dos Brics e suposta perseguição contra Bolsonaro
Murilo Fagundes
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, minimizou as mais recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e em tom crítico aos países ligados ao Brics.
Questionado pelo SBT News sobre as próximas reações do Brasil aos Estados Unidos, Amorim respondeu: "Segue o jogo".
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos publicou em sua rede social que o Brasil está fazendo "uma coisa terrível" com Bolsonaro. Trump acusou o país de perseguir politicamente o ex-presidente e chamou o processo a que ele responde de "caça às bruxas". Disse ainda que Bolsonaro "não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo" e concluiu: “Deixem Bolsonaro em paz”.
Bolsonaro respondeu nas redes agradecendo o apoio. Disse que recebeu a mensagem com "alegria" e voltou a criticar a condenação no Tribunal Superior Eleitoral que o tornou inelegível, chamando-o de "aberração jurídica".
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também reagiu à fala do norte-americano. Primeiro, pelas redes sociais, sem citar Trump diretamente, afirmou que a democracia brasileira é um tema que compete apenas aos brasileiros e que o país não aceita interferência de ninguém. Em seguida, durante a cúpula do Brics, foi direto ao ser questionado:
“Não vou comentar essa coisa que o Trump e o Bolsonaro. Tenho coisas mais importantes para comentar do que isso. Esse país tem lei, esse país tem regra e esse país tem um dono chamado povo brasileiro. Então, dê palpite na sua vida e não na nossa.”
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A fala de Trump ocorre no momento em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de estado e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, mantém agenda ativa nos Estados Unidos. Aliados de Bolsonaro esperam que o governo norte-americano tome medidas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, como sanções ou restrições diplomáticas.
