Polícia Federal investiga suspeitos de invadir sistemas do CNJ para tirar criminosos da cadeia
Entre beneficiados estão condenados a mais de 60 anos de prisão e integrantes de facção criminosa
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Ellen Travassos
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (13) a operação Data Change, com objetivo de investigar um grupo criminoso que conseguiu invadir os sistemas de execução penal e de mandados de prisão geridos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para soltar criminosos de alta periculosidade.
Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Goiânia (GO). Após invadir os sistemas, os criminosos alteravam os dados sobre o cumprimento de penas e inseriram documentos falsos. Foram identificadas fraudes em pelo menos 15 processos, mas, segundo a PF, esse número pode aumentar com os desdobramentos da investigação que está em curso.
Entre os beneficiados com as fraudes estão condenados a mais de 60 anos de prisão e integrantes de facção criminosa.
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Há suspeita de que advogados participaram das fraudes. A seccional de Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que acompanha as diligências.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, essas alterações indevidas tinham por finalidade adiantar as datas para progressão de regime dos condenados, para que pudessem "progredir, de forma fraudulenta, mais rapidamente do regime fechado para o semiaberto, quando então rompiam a tornozeleira, tornando-se foragidos da justiça”.
Essa não é a primeira vez que os sistemas do CNJ são invadidos com esse mesmo objetivo. Em janeiro de 2023, por exemplo, o Banco Nacional de Mandados de Prisão foi acessado para a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos.