Paulinho da Força vê esforço do Senado em "tumultuar" PL da Dosimetria: "Feito com os melhores juristas"
Relator do projeto na Câmara nega que a proposta beneficie crimes diferentes do 8 de janeiro e diz estar convicto de que seu projeto está correto


Marcela Mattos
Relator do projeto que reduz as penas para os condenados pelos ataques do 8 de janeiro, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) reagiu à articulação em andamento no Senado para modificar ou rejeitar a proposta, conhecida como PL da Dosimetria.
O texto foi aprovado pela Câmara com 291 votos favoráveis na última quarta-feira (10), após um acordo feito entre deputados do Centrão e da oposição. No Senado, a medida vem sendo alvo de críticas sob o argumento de que poderia ampliar o benefício da redução da pena para crimes que não estão relacionados aos atos antidemocráticos.
Em entrevista à coluna da Victoria Abel, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Otto Alencar (PSD-BA), afirmou que há maioria para que o projeto, do jeito que foi aprovado pelos deputados, seja rejeitado. A comissão se reunirá na próxima quarta-feira, 17.
Já o relator Esperidião Amin (PP-SC), numa tentativa de salvar o texto, busca incluir modificações que evidenciem que as reduções de pena estariam restritas aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro.
Ao SBT News, Paulinho da Força rejeitou a possibilidade de o projeto original estender o benefício a outros crimes e afirmou que existe má-fé no debate no Senado.
“É uma tentativa de tumultuar o processo legislativo. O que nós votamos na Câmara foi lido e relido pelos melhores juristas do país. Mas se um senador acha que é mais esperto, o que eu posso fazer?”, afirmou o deputado. Durante a elaboração da matéria, o relator consultou figuras como o ex-presidente Michel Temer e ministros do Supremo Tribunal Federal.
O relator afirma ainda estar convencido de que o seu texto está correto, mas diz que vai aguardar as eventuais modificações feitas pelo Senado para avaliar se acata as sugestões. Em meio ao imbróglio, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) vem sendo aconselhado a adiar a votação do texto para o ano que vem.







