Papuda não tem condições de receber Bolsonaro, diz vice-governadora do DF
Celina Leão argumenta que ex-presidente precisa de "dieta especial"; DF chegou a pedir laudo médico ao STF para avaliar condições, mas Moraes negou


Raquel Landim
O Complexo Penitenciário da Papuda não tem condições de receber o ex-presidente Jair Bolsonaro por causa da saúde frágil, afirmou à coluna a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão.
“A Papuda não tem condição de receber o Bolsonaro. Ele precisa de uma dieta especial, tem idade avançada, trata-se de um ex-presidente. Se for bem cuidado, vai ter uma vida prolongada”, afirmou.
Leão afirma que, juridicamente, não pode negar abrigo a um preso se assim determinar à Justiça, mas que o governo do DF explicou as condições da Papuda em ofício enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
No ofício, o governador Ibaneis Rocha pedia a realização de um laudo médico para verificar a “compatibilidade” da prisão de Bolsonaro na Papuda. Moraes entendeu que o pedido estava fora do momento processual adequado e solicitou sua retirada do inquérito.
“Não temos condições de preparar uma comida especial que ele necessita por causa das cirurgias. E, mesmo nas áreas mais isoladas, as condições não são adequadas para um ex-presidente”, insiste a vice-governadora, que é aliada de Bolsonaro.
A Papuda possui algumas instalações diferentes de um presídio comum onde ficaram os políticos condenados pelo mensalão. Essas instalações foram visitadas recentemente por assessores de Moraes.
Na próxima sexta-feira, termina a sessão virtual que julga os embargos do núcleo crucial da trama golpista, incluindo Bolsonaro. Por unanimidade, os ministros da primeira turma já rejeitaram os embargos da defesa de Bolsonaro.
Quando finalizar o prazo da sessão e o processo transitar em julgado, Moraes poderá expedir o mandado de prisão. Fica a cargo do juiz decidir onde a pena será cumprida.
Moraes teria como opções o presídio da Papuda, a Superintendência da Polícia Federal, ou uma instalação do Exército, já que Bolsonaro é capitão reformado.
Hoje o ex-presidente está em prisão domiciliar de caráter preventivo, mas seus advogados só podem solicitar a prisão domiciliar definitiva após o trânsito em julgado do caso e a prisão decretada.









