Omissão de lista de deputados que assinaram pedido de impeachment contra Lula é "grotesca", diz procurador
Roberto Livianu participou do Brasil Agora desta quinta (7) e criticou decisão da Mesa Diretora; coleta de assinaturas foi liderada por Zambelli e reúne 139 nomes
O presidente do Instituto Não Aceito Corrupção e procurador do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), Roberto Livianu, criticou no Brasil Agora desta quinta-feira (7) a omissão, pela Câmara, da lista oficial de deputados federais que assinaram pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O também escritor e palestrante chamou a decisão de "grotesca".
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O pedido, protocolado no fim de fevereiro, ocorreu após recentes falas do petista sobre a guerra entre Israel e Hamas, em que comparou o que chamou de genocídio na Faixa de Gaza às ações nazistas de Adolf Hitler contra judeus na Segunda Guerra Mundial. A deputada Carla Zambelli (PL-SP) liderou a coleta de assinaturas, que conta com 139 nomes.
Livianu comentou o assunto em conversa com o apresentador Murilo Fagundes. "Não é por que a declaração foi infeliz, pedido de impeachment foi apresentado, que se justifica a opacidade da Câmara", apontou.
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"Existe justificativa da Mesa Diretora no sentido de se reportar à Lei de Acesso à Informação. A lei tem seus prazos, tem seus parâmetros, as suas diretrizes, pra que os diversos pedidos possam ter o seu encaminhamento burocrático. O que nós estamos falando, veja bem: o pedido de impeachment feito por quase 140 deputados federais, em que podemos ter um impacto gravíssimo sobre a democracia no país. Podemos ter um trauma no país", continuou o procurador.
"O jornal Folha de S. Paulo, desde o dia 22, pede que sejam informados os nomes dos subscritores desse pedido. E a mesa da Câmara não informa", lamentou.
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Liviani ainda lembrou que o Brasil faz parte do Pacto dos Governos Abertos e, por isso, tem compromisso "de ser referência mundial em termos de transparência".
"São oito nações do mundo que se destacam por este compromisso, devendo ser padrão internacional de transparência. Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Noruega. E aí, diante de uma situação como essa, o Brasil simplesmente sonega os nomes dos deputados. É algo, ao meu ver, grotesco, que não tem qualquer explicação plausível", criticou.