Mendonça é o único a votar para que Moraes saia do comando de investigação sobre o golpe no STF
Defesa de Bolsonaro argumenta que Moraes não pode ficar à frente do caso por ser apontado como uma possível vítima da trama golpista
Lis Cappi
Com um único voto contrário do ministro André Mendonça, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Alexandre de Moraes seguirá no comando das investigações que apuram uma suposta tentativa de golpe de estado. Um pedido para troca de magistrado foi feito à Corte pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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A defesa do político argumenta que Moraes não pode ficar à frente do caso por ser apontado como uma possível vítima da trama golpista. Investigações da Polícia Federal (PF) apontam para ações contra o magistrado. O que o colocaria como "parte ou diretamente interessado" no inquérito.
A avaliação dos ministros foi diferente e abriu um placar de nove votos a um para manter Moraes. O único magistrado a ter uma posição diferente foi André Mendonça, que concordou com o recurso do ex-presidente. O magistrado foi um dos indicados por Jair Bolsonaro enquanto estava no poder.
Mendonça cita que investigações direcionam a um esquema que planejou até a morte de Moraes, o que traria a ele interesse pessoal no caso. "Se os relatados intentos dos investigados fossem levados a cabo, parece-me presente a condição de 'diretamente interessado'", diz trecho da decisão do ministro.
Todos os demais ministros defenderam a continuidade de Moraes no processo, o que o manterá no caso. Por ser citado diretamente no pedido, Moraes não votou neste julgamento.
Como relator do inquérito, o ministro avalia investigações para apresentar um entendimento em relação ao caso. Ele também é o responsável por autorizar caminhos de investigação, como quebras de sigilo e operações da Polícia Federal.