Lula nega desvincular reajuste de benefícios do salário mínimo
Presidente afirmou que é preciso cuidado para mexer em questões relacionadas aos mais pobres
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou, nesta segunda-feira (1º), que não vai mudar a política de vincular o pagamento de benefícios ao aumento do salário mínimo (R$ 1.412). Atualmente, o governo reajusta o valor do salário mínimo de acordo com a inflação do ano anterior e uma média dos dois últimos resultados do Produto Interno Bruto (PIB). Esse mesmo cálculo é feito com medidas de auxílio, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
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Segundo Lula, fazer alterações relacionadas "ao mínimo" para a sobrevivência das pessoas seria errado do ponto de vista "econômico, político e humanitário".
"A reposição inflacionária é uma obrigação nossa de garantir que o trabalhador vai ter a reposição para recompor o seu poder o aquisitivo. Depois nós decidimos que, quando a economia cresce, é preciso que o resultado desse crescimento seja distribuído com o povo com 203 milhões de pessoas [...] E nós decidimos dar a reposição inflacionária mais a média do crescimento do PIB nos últimos 2 anos [...] Aumentando o poder de compra e o poder de sobrevivência das pessoas mais humildes", disse o presidente da República em entrevista à rádio Princesa, da Bahia.
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Lula declarou ter "muito cuidado" para mexer em questões que afetam diretamente as pessoas mais pobres, pois as oscilações na economia tendem impactar a vida de quem tem pouco dinheiro.
"Eu tenho muito cuidado em mexer nas coisas das pessoas que ganham pouco, pois tudo arrebenta do lado dele. Quando as coisas estão maravilhosamente bem, quem ganha muito ganha mais, quem é rico fica mais rico ainda, mas quando a coisa dá um certo desandar, a corda arrebenta do lado do mais pobre", continuou.
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Lula também saiu em defesa de resultados positivos do governo, segundo alguns indicadores econômicos.
"O PIB ia crescer 0,8%, mas o PIB cresceu 3%. Atingimos o menor desemprego desde 2014, 7,1%. A massa salarial cresceu 11,7% e 87% dos acordos salariais são acordos feitos com ganho acima da inflação", concluiu.