Lula e Lupi: destino do ministro da Previdência pode ser decidido nesta sexta
Crise entre PDT e o Planalto foi instalada após substituição do presidente do INSS. Novo presidente do Instituto tem reunião com AGU também nesta tarde

SBT News
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, devem se encontrar nesta sexta-feira (2) para avaliar a permanência do ministro e do PDT no governo. A reunião não consta da agenda do presidente, mas fontes do governo alertaram que essa reunião deve ocorrer até o fim do dia.
Lupi vem conversando com outros representantes de seu partido sobre a possibilidade de deixar o governo, mas indicar um substituto para a pasta. A decisão pode vir após a conversa com Lula.
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Desgaste
O desgaste teve início no dia 30, após a nomeação do procurador, Gilberto Waller Júnior, ao cargo de presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) à revelia do PDT. A decisão foi tomada pelo próprio presidente Lula, sem consultar Lupi.
A publicação saiu em edição extra do Diário Oficial na última quarta-feira (30) e o ministro Carlos Lupi teria sido apenas comunicado pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman.
Waller não tem relação com o PDT, o que irritou Lupi. Além dele, o líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer, também criticou o Planalto, qualificando como "extremo constrangimento" ao partido.
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INSS e AGU se reúnem
O novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, deve se reunir na tarde desta sexta-feira (2) com o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o grupo especial criado pela Advocacia-Geral da União (AGU) para tratar do esquema de descontos irregulares no INSS.
A nomeação de Waller recebeu aprovação da AGU, uma vez que o procurador já havia ocupado diversos cargos em órgãos de fiscalização e controle do governo e, atualmente, ocupava a função de corregedor da Procuradoria-Geral Federal, órgão da própria Advocacia-Geral da União (AGU).
Fraude do INSS
No dia 23 de abril, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a “Operação Sem Desconto”, um esquema de fraude bilionária no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Os desvios teriam desviado mais de R$6 bilhões dos aposentados e pensionistas. A ação resultou na demissão do presidente do instituto, Alessandro Stefanutto.