Lula diz que "não terá problema" se Galípolo aumentar taxa de juros
Segundo petista, indicado para presidente do Banco Central terá a mesma autonomia que Henrique Meirelles nos governos Lula 1 e 2
Raphael Felice
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (30) que Gabriel Galípolo terá "a mesma liberdade" que Henrique Meirelles na presidência do Banco Central (BC).
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Crítico ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, principalmente pela manutenção de uma alta taxa básica de juros (Selic), Lula afirmou que não verá problemas caso Galípolo ache necessário elevar a Selic. O presidente da República ainda fez elogios ao economista, atualmente diretor de política monetária da autarquia.
"Ele é muito competente e vai trabalhar com a autonomia que o [Henrique] Meirelles teve, com a mesma que eu dou para o pessoal. Até porque agora ele terá um mandato de quatro anos, o mesmo de um presidente da República, após a aprovação pelo Senado", disse Lula em entrevista à Rádio MaisPB.
"Se o Galípolo chegar um dia para mim e disser que tem que aumentar a taxa de juros, ótimo, aumente", completou.
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Além de lembrar do trabalho de Meirelles na presidência do BC nos governos Lula 1 e 2, o petista também falou sobre os chefes da autarquia monetária nas gestões de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que trocou quatro vezes o comando do banco.
Lula ainda disse que sabe lidar com o BC, mas afirmou ter uma percepção diferente da do mercado sobre o papel do presidente da instituição.
"Eu sei como lidar com o Banco Central. O problema, no imaginário do mercado, é que o presidente do Banco Central tem que ser um representante do sistema financeiro, e eu não acredito nisso", disse.