Lula diz que agro deve crescer para "causar raiva" em francês que chamou carne brasileira de "lixo"
Em evento de indústrias, Lula defendeu crescimento do país em todos os setores e afirmou que vai assinar acordo entre Mercosul e União Europeia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quarta-feira (27), o crescimento do agronegócio brasileiro. Ao ressaltar a importância do setor na economia do Brasil, o chefe do poder Executivo disse que torce pelo crescimento da agropecuária nacional para “causar raiva” ao deputado federal francês Vincent Trébuchet (partido UDR, de direita), que comparou a carne brasileira com "lixo".
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"Quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que hoje achincalhou os produtos brasileiros", afirmou Lula.
A polêmica em torno da carne brasileira com a França começou na semana passada, quando o presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou a suspensão da venda das carnes brasileiras nas lojas da rede em território francês. Tanto o governo quanto integrantes do agro no Congresso brasileiro reagiram ao boicote e frigoríficos por todo o Brasil pararam de vender carnes ao Carrefour Brasil.
Diante da crise, Lula afirmou que ainda vai fechar o acordo entre Mercosul e União Europeia e rechaçou a resistência da França em assinar o documento, dizendo que a procuração em relação ao tema está sob tutela da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“Vamos fazer o acordo do Mercosul nem tanto pela questão do dinheiro. Vamos fazer porque eu estou há 22 anos nisso e nós vamos fazer. Se os franceses não quiserem o acordo [Mercosul-UE], eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia. E a Ursula von der Leyen tem procuração para fazer o acordo, e pretendo assinar esse acordo este ano ainda. Tirar isso da minha pauta”, disse o presidente.
Lula participou da abertura do Encontro Nacional da Indústria (ENAI) 2024. Durante o evento, ele afirmou que o agronegócio e a indústria devem crescer "pelo bem do país". "Não é indústria brigar com o agronegócio e brigar com o comércio. Nós, juntos, é que podemos crescer e fazer a diferença nesse país", disse.
Segundo Lula, o comércio mundial é "uma guerra" e cabe ao Brasil valorizar a produção nacional.
"Nenhum país do mundo falará bem dos nossos produtos, da nossa indústria, do nosso agronegócio. Somos nós que temos que falar e que temos que vender. Nós já provamos isso e vamos terminar [o governo] provando de novo", concluiu.