Lula diz estar feliz com trabalho de ministro indiciado pela PF: "Inocente até provarem ao contrário"
Juscelino Filho foi indiciado por desvio de emendas parlamentares, quando era deputado federal; Lula respondeu pergunta sobre ministros maranhenses
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar “feliz” com o ministro das Comunicações Juscelino Filho. Em entrevista à rádio Mirante News FM, do Maranhão, o chefe do poder Executivo disse ainda ter “orgulho” das pessoas que chamou para trabalhar em seu governo.
“Eu estou feliz com (André) Fufuca (ministro do Esporte), com Juscelino e estou feliz com a nossa Sônia Guajajara (Povos Indígenas). Você podia perguntar que tem problema de indiciamento com o Juscelino. Para mim todo cidadão é inocente até provarem o contrário. Se o cidadão tem um pedido de indiciamento e esse indiciamento ainda não foi contemplado pela Procuradoria Geral da República ou pela Suprema Corte, eu tenho que aguardar o processo”, declarou Lula após ser perguntado sobre ministros maranhenses.
O presidente disse ainda que quando um ministro é indiciado, ele costuma chamá-los para uma reunião a dois e pergunta sobre a “verdade absoluta”. Caso o ministro admita a culpa, ele pede para pedir demissão do cargo.
“Sabe o que eu falo pros ministros quando tem alguma denúncia contra eles? Eu chamo eles na minha sala e falou o seguinte: a verdade absoluta só você que sabe. Só você e Deus. Eu quero que você me diga, meu caro, se você fez (algo de errado) peça licença e vá embora. Se você não fez, brigue, lute porque se você não brigar nós seremos destruídos sem direito de defesa”, acrescentou o presidente.
Dois pesos
Mais cedo, no Piauí, Lula comentou que o leilão de arroz foi anulado por causa de uma “falcatrua em uma empresa”. A justificativa oficial do governo no dia 11 de junho era de uma possível falta de capacidade técnica e financeira de empresas vencedoras da licitação para arcar com os compromissos.
A empresa vencedora do pregão tinha como um dos sócios Marcelo Piccini Geller, filho do ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller, que foi demitido após a “falcatrua” citada por Lula.
Apesar do tom do discurso do presidente, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu seu ex-assessor, e disse que ele não fez nada de errado, mas que "precisava ser investigado". O ministro defendeu a exoneração para garantir transparência nas investigações contra Geller.