Lula critica Bolsonaro e Milei e diz que democracia corre risco
Presidente da República afirmou que campo progressista errou ao fazer parte do sistema após vencer eleições
Raphael Felice
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a democracia “corre risco”, nesta sexta-feira (15). Em declaração durante evento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), realizado na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, o chefe do poder Executivo também fez críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao presidente da Argentina, Javier Milei.
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“A democracia está correndo risco. Possivelmente porque nós mudamos de comportamento. A esquerda e os setores progressistas antes criticavam o sistema. Na hora que ganhava as eleições, passava a fazer perto do sistema”, disse.
Lula afirmou que diante do vácuo, integrantes da direita que perderam eleições passaram a se dizer antissistema.
"A direita que fica fora [do governo], diz que é contra o sistema [...] quem diz que é contra o sistema hoje é o Milei, na Argentina. Até o Banco Central ele quer fechar, quer cortar tudo com serrote. E aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome dele, até hoje ele não reconhece a derrota nas eleições. Ele fala que até hoje não sabe como perdeu, porque ele gastou R$ 300 bilhões para não perder, mas perdeu”, frisou.
O presidente disse também que o ódio está crescendo na política mundial. Ele afirmou que no passado, adversários eleitorais conseguiam dividir a mesa e conversar, mas com o avanço da extrema direita, as relações ficaram acirradas.
"A política está tomada pelo ódio, que certamente a maioria de vocês que fazem política aqui nunca tinham vivido isso. Isso (diálogo político entre rivais) acabou no Brasil, acabou nos Estados Unidos, está acabando em Portugal, acabou na Espanha e está acabando em muitos países", disse.
"Não era tão medíocre como hoje. Se eu quiser fazer uma reunião de governos progressistas, não tem. A não ser [Luis] Arce, na Bolívia, o [Gustavo] Petro, na Colômbia, e o [Gabriel] Boric, no Chile. "É importante a gente lembrar que o que corre risco no mundo é a democracia. E corre risco pelo fascismo, pelo nazismo, pela extrema-direita”, acrescentou.
Novo PAC
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O Novo Programa de Aceleração de Crescimento (Novo PAC) vai investir R$ 29,5 bilhões no Rio Grande do Sul para realização de obras, planejamentos e projetos na região. As ações foram apresentadas em Porto Alegre, nesta sexta-feira (15). A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e do governador do estado, Eduardo Leite.