Política

Lula afirma que países poderão receber até US$ 4 por hectare preservado em novo fundo global

Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, lançado nesta quinta-feira (6), busca remunerar países pela conservação ambiental

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O presidente Lula durante a Cúpula de Líderes da COP30, em Belém | Ricardo Stuckert /PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (6), que o novo Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) permitirá que cada país receba até US$ 4 por hectare preservado.

“Parece modesto, mas estamos falando de um bilhão e cem milhões de hectares de florestas tropicais distribuídos em 73 países em desenvolvimento”, declarou durante a Cúpula de Líderes da COP30, em Belém.

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Lula destacou que o fundo é uma iniciativa inédita, criada para dar protagonismo aos países do Sul global em uma agenda que historicamente foi liderada por nações ricas.

Segundo ele, o TFFF não será baseado em doações, mas em investimentos soberanos e de capital misto, com participação conjunta de países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Os lucros gerados serão repartidos entre os países de florestas tropicais e os investidores”, explicou.

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Pelo modelo proposto, os recursos serão enviados diretamente aos governos nacionais, que poderão financiar programas soberanos de longo prazo voltados à conservação ambiental.

Além disso, um quinto dos recursos será destinado a povos indígenas e comunidades locais, como seringueiros, extrativistas e mulheres da floresta. “Cuidar dos seringueiros, extrativistas, mulheres e povos indígenas é cuidar das florestas”, disse Lula.

O presidente ressaltou que o TFFF inova em sua governança, ao garantir igualdade de representação entre países investidores e países de florestas tropicais. Segundo ele, o monitoramento anual por satélite permitirá acompanhar o cumprimento das metas de desmatamento, que deverão permanecer abaixo de 0,5%, além de contabilizar reflorestamentos.

Lula anunciou ainda que o Brasil é o primeiro país a investir US$ 1 bilhão no fundo, que será hospedado pelo Banco Mundial. O presidente disse esperar também o engajamento de instituições como o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics e o Banco Africano de Desenvolvimento.

Ao encerrar o discurso, Lula afirmou que o lançamento do fundo em Belém simboliza um marco histórico.

“Em poucos anos, poderemos ver os frutos desse fundo. Teremos orgulho de lembrar que foi no coração da floresta amazônica que demos esse passo juntos”, declarou.

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