Leite diz que dívida do Rio Grande do Sul com a União é um “torniquete insuportável”
Governador afirmou que estado enfrentava dificuldade para pagar valores e que frente à tragédia, situação é insustentável
Logo após o governo anunciar o adiamento do pagamento da dívida do estado, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), classificou a pendência financeira como um “torniquete insuportável”. A declaração do político veio em reunião com o presidente Lula (PT), ministros e representantes dos Poderes, nesta segunda-feira (13).
+ Lula envia ao Congresso projeto para adiar por três anos pagamento da dívida do Rio Grande do Sul
Conforme anunciou o tucano, o estado enfrentava dificuldade em cumprir as pendências junto à União mesmo antes da crise climática. Ele também afirmou que a situação impossibilitaria as possibilidades de reconstrução gaúcha.
“Mesmo sem crise climática, o RS já enfrentava dificuldades com muito esforço vinha trabalhando para ter contas em dia, pagar hospitais em dia, ter alguma capacidade de investimento, mas diante dessa tragédia, esse pagamento da dívida se transforma em um torniquete insuportável para o estado, absolutamente insuportável”, declarou Leite.
Em resposta aos comentários do governador, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a citar o adiamento da dívida do estado por três anos, em valor estimado em R$ 11 bilhões. O ministro ainda destacou que ao retomar o cumprimento, não será cobrado juros, o que também teria um impacto bilionário, na casa dos R$ 12 bi.
Além do acordo, o governo publicou medida provisória para enviar recursos extraordinários ao Rio Grande do Sul, também em R$ 12 bilhões.
+Diante de tragédia ambiental no RS, Congresso segue sem resposta ao "pacote da destruição"
Enquanto falou, Leite também disse que as adequações não foram suficientes, e que outras negociações serão necessárias. “Vamos querer rediscutir mais, vamos querer tratar de outros tantos pontos. Infelizmente não posso dizer que será suficiente esta medida, e o presidente e o ministro têm consciência disso”, disse.
O presidente Lula afirmou que vai manter contato com o governador e para ele seguir com a apresentação das demandas do estado. E que fará uma reunião com todos os ministros do governo para discutir a situação das pessoas que estão em abrigos.