Justiça eleitoral determina busca e apreensão na sede do PT em São Paulo após representação do MDB de Nunes
Em decisão liminar, juiz mencionou panfletos impressos e distribuídos contra a gestão do atual prefeito. PT solicitou suspensão da medida
Uma decisão do juiz eleitoral Paulo Eduardo de Almeida Sorci, da 2ª zona eleitoral de São Paulo, determinou a realização de uma operação de busca e apreensão na sede do PT na capital paulista, acolhendo uma representação apresentada pelo diretório municipal do MDB. A decisão é liminar e, portanto, cabe recurso.
Segundo a decisão, os petistas promoveram propaganda eleitoral antecipada ao imprimir e distribuir 100 mil panfletos com críticas à gestão do prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), que deve disputar a reeleição em outubro. Segundo o juiz, a dimensão da tiragem dos panfletos e o contexto político extrapolaram o direito à liberdade de expressão.
A operação na sede petista terá como objetivo verificar se ainda há panfletos no local.
Disputa política
O PT integra a chapa que deve rivalizar com o emedebista nas eleições municipais da cidade, já que apoia a pré-candidatura do deputado Guilherme Boulos (PSOL) e indicou a ex-prefeita Marta Suplicy para ser sua candidata a vice.
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Em maio, o MDB entrou com uma representação judicial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por propaganda antecipada para Boulos. Durante um ato na cidade para celebrar o Dia do Trabalhador, em 1º de maio, Lula pediu votos para o parlamentar e disse que Boulos disputaria "uma verdadeira guerra" no pleito. O vídeo do discurso foi retirado dos canais oficiais do governo federal por ordem da Justiça.
Presidente do diretório municipal do MDB, Enrico Misasi, afirmou que a pré-campanha do adversário desrespeita "repetidamente" a legislação eleitoral. Em nota, o diretório do PT em São Paulo disse ter suspendido a distribuição do material, que expunha "fatos amplamente divulgados pela imprensa", e solicitou a suspensão da busca e apreensão "em razão da desnecessidade da medida".