José Sarney é homenageado no Senado pelos 40 anos da redemocratização
Como parte da celebração, Congresso Nacional recebe projeção especial em celebração à data

Warley Júnior
O ex-presidente José Sarney foi homenageado, nesta terça-feira (18), no Senado Federal pelos 40 anos da redemocratização do Brasil. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, destacou a importância de Sarney no processo de transição democrática e afirmou que ele foi o “penhor”, “farol” e “modelo” da democracia brasileira.
“José Sarney desempenhou um papel crucial em um dos períodos mais desafiadores e transformadores da história brasileira. Sua habilidade política permitiu a manutenção do diálogo entre diferentes forças partidárias, garantindo a governabilidade em um período de profundas mudanças institucionais”, declarou Alcolumbre.
Em seu discurso, Sarney relembrou os desafios que enfrentou ao assumir a Presidência após a morte de Tancredo Neves.
“Todos sabem as circunstâncias com que eu assumi a presidência da República, as minhas perplexidades, o meu sofrimento ao assumir o cargo sem ter escolhido nem o ministério nem participado da inauguração do programa de governo. Mas Deus não me havia trazido de tão longe para abandonar-me”, afirmou o ex-presidente.
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José Sarney governou o Brasil de 1985 a 1990, período em que o país passou pelo processo de redemocratização e deu início à elaboração da Constituição de 1988.
Ainda como parte das celebrações, o Congresso Nacional recebe uma projeção especial em referência às quatro décadas do fim do regime militar e da retomada democrática no país.
A agenda continua nesta quarta-feira (19), quando Sarney será novamente homenageado, desta vez em uma sessão especial na Câmara dos Deputados.

O que foi a redemocratização?
A redemocratização do Brasil marcou o fim de 21 anos de regime militar (1964-1985) e a volta do poder às mãos de um governo civil. O processo culminou com a eleição indireta de Tancredo Neves em 15 de janeiro de 1985. No entanto, às vésperas da posse, Tancredo foi internado para uma cirurgia de emergência e faleceu em 21 de abril daquele ano, sem assumir a Presidência.
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Diante da incerteza jurídica sobre a sucessão presidencial, o então vice-presidente eleito, José Sarney, tomou posse em 15 de março de 1985. O episódio gerou intensos debates políticos, já que a Constituição vigente não previa um cenário em que o presidente eleito não pudesse assumir. Após discussões entre lideranças da Nova República, chegou-se à interpretação de que Sarney deveria ser empossado, garantindo a transição pacífica para a democracia.
O período seguinte foi marcado por avanços democráticos, incluindo a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na promulgação da Constituição de 1988, consolidando direitos e liberdades fundamentais.