Haddad rebate críticas de Zema sobre o Propag e diz que governo mineiro deu "calote"
Ministro da Fazenda critica gestão de Zema e contesta acusações sobre os vetos ao Propag; governador ameaça não aderir ao programa de renegociação de dívidas
SBT News
Em uma publicação nas redes sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu as acusações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que havia criticado a sanção do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) e os vetos feitos pelo presidente Lula. O ministro afirmou que o governador mineiro está tentando que a União "cubra o calote" de Minas em relação a dívidas com instituições financeiras.
Segundo Haddad, o "dever de casa" de Zema foi feito à custa de uma dívida de R$ 30 bilhões com a União e R$ 12 bilhões com os bancos privados. O ministro também apontou que, sob a gestão de Zema, a dívida do Estado de Minas saltou de R$ 119 bilhões para R$ 185 bilhões, devido a falta de pagamentos e aos juros.
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A declaração de Haddad veio como resposta à crítica do governador sobre o impacto dos vetos feitos ao Propag. "Os desafios fiscais são muitos para todos, mas que ele é da ala que acredita que calote não se confunde com ajuste fiscal", completou.
O governador de Minas, Romeu Zema, tem se mostrado enfurecido com os vetos, acusando o governo federal de impor custos extras aos mineiros. Zema também criticou a administração federal por manter altos gastos, como o número de ministérios e as viagens luxuosas. Além disso, o governador mineiro indicou que o Estado pode não aderir ao programa, caso os vetos não sejam derrubados pelo Congresso, com prazo até 31 de dezembro deste ano.
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O programa, sancionado em dezembro de 2024, oferece condições mais favoráveis para os estados, como a redução dos juros e o parcelamento das dívidas em até 30 anos, em troca de investimentos em áreas como saúde e educação.
Atualmente, as dívidas dos estados com a União somam quase R$ 800 bilhões. O Propag visa melhorar as condições de pagamento dessas dívidas, mas a medida prevê um custo de R$ 21 bilhões anuais para a União, devido às concessões previstas pelo programa.