Haddad diz que "espera" corte, mas "não sabe" se Banco Central vai manter previsão de queda da Selic
Ministro da Fazenda argumenta que governo Lula é o primeiro a "herdar" presidente do BC indicado pelo chefe anterior do Executivo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (8) que "espera" a manutenção da tendência de cortes da taxa básica de juros, a Selic. No entanto, ele afirmou não saber se o Banco Central (BC) vai "respeitar" as orientações da última reunião sobre política monetária.
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"Eu não tenho informações sobre qual será a decisão final, até porque os debates estão acontecendo no Banco Central neste momento", disse Haddad no programa "Bom Dia, Ministro", veiculado em canais oficiais do governo na internet.
"O que eu sei é que a taxa de juros continua uma das mais elevadas do mundo e que a inflação de março e a prévia de abril se comportaram muito bem", acrescentou.
O ministro da Fazenda lembrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive uma situação inédita no país: ter um presidente do BC indicado pelo governo anterior.
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Ao citar Roberto Campos Neto, presidente do BC desde 2019, Haddad afirmou que a indicação partiu de um governo sem apreço democrático e que a transição foi "a pior possível".
"Tivemos uma transição de governo muito difícil. A do Ministério da Fazenda, posso te afirmar que foi a pior possível. O 8 de janeiro foi a representação máxima dessa falta de democracia do governo anterior", disse o ministro.