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Política

Governo Lula só vê chance de abertura com Trump se houver recuo do bolsonarismo e reação popular

Planalto acredita que ofensiva dos EUA só arrefece se causar desgaste à extrema direita e se população reagir a sanções

Imagem da noticia Governo Lula só vê chance de abertura com Trump se houver recuo do bolsonarismo e reação popular
Governo Lula discute como rebater tarifas de Trump | Divulgação/Ricardo Stuckert/PR e Reuters/Ken Cedeno
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O governo brasileiro avalia que não há, neste momento, abertura efetiva para diálogo com os Estados Unidos sobre as novas tarifas comerciais anunciadas na carta do presidente Donald Trump.

Fontes do Planalto dizem que, até agora, não houve qualquer sinal de disposição por parte dos EUA para resolver o impasse de maneira razoável.

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A leitura interna é que o movimento não tem natureza comercial, mas política. O gesto de Trump é visto como uma tentativa explícita de interferir na política interna do Brasil e fortalecer o campo bolsonarista. Para o governo, trata-se de um embate com a extrema direita internacional, que tem como foco as eleições presidenciais de 2026.

Diante disso, o Planalto descarta qualquer tipo de concessão econômica. Um exemplo citado por integrantes do governo é o etanol: mesmo que o Brasil zerasse a tarifa de importação do produto americano, isso não teria impacto algum diante das tarifas de 50% anunciadas por Trump, porque o objetivo, avaliam, não é resolver pendências comerciais, e sim impor um custo político.

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O governo não quer se antecipar às medidas americanas previstas para 1º de agosto. A ideia é não "entregar de bandeja" uma reação imediata da oposição. O Brasil segue monitorando a situação e estuda respostas que possam ser acionadas no momento mais apropriado.

Apesar do cenário de tensão, há no governo a expectativa de que a carta de Trump tenha efeito contrário do pretendido. Se o bolsonarismo perceber que cometeu um erro de cálculo político e que a ofensiva acabou gerando um revés, setores ligados ao presidente americano podem recuar e buscar uma reacomodação. Mas, por enquanto, essa porta segue fechada.

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O Planalto também aposta na reação da sociedade brasileira. Embora não espere necessariamente protestos nas ruas, o governo acredita que a ideia de punição coletiva ao Brasil – com impacto direto sobre empresas e produtos nacionais – tende a gerar indignação, inclusive entre setores não alinhados ao governo.

A avaliação é que a maior parte da população não aprova esse tipo de retaliação por conta de um caso individual, ligado à família Bolsonaro.

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